«Esta noite ruiu um mito, o mito da viabilidade de exercer a política do quero, posso e mando» de Macário Correia, disse ao Sul Informação o presidente da concelhia de Faro do PS.
Luís Graça, na noite em que decorria a primeira reunião da nova Comissão Política Concelhia socialista, para cuja presidência acaba de ser eleito, desafiou ainda a coligação PSD/CDS a avaliar «se existem condições» para continuar à frente da Câmara de Faro, depois do presidente da autarquia Macário Correia ter sido condenado pelo Supremo Tribunal Administrativo à perda de mandato.
«E fazemos este desafio por duas razões políticas: porque a campanha para as Autárquicas foi muito centrada na personalidade do engenheiro Macário Correia e porque, nessas eleições, a direita obteve uma vitória tangencial de apenas 0,4%», disse ainda Luís Graça.
A condenação de Macário Correia, pelo Supremo Tribunal Administrativo (STA), que determina a perda do seu atual mandato à frente da autarquia de Faro, foi conhecida hoje, mas o acórdão data já de 20 de junho.
O caso é relativo a vários processos de licenciamento, quando Macário Correia ainda era presidente da Câmara de Tavira, e nos quais terá violado o Protal e o PDM.
Segundo o STA, o autarca algarvio agiu «com elevado grau de culpa, ao praticar os factos ilícitos apontados» o que o faz «incorrer na perda de mandato».
Macário Correia, em declarações ao Sul Informação, revelou que já recorreu da decisão para o plenário do próprio STA, anunciando para «breve» uma declaração pública sobre o caso.
Nas Eleições Autárquicas de outubro de 2009, Macário Correia (PSD) e a coligação «Faro está Primeiro», que incluía ainda o CDS-PP, o MPT e o PPM, alcançaram a maioria absoluta na Câmara de Faro, apenas com 130 votos (0,4%) de vantagem sobre José Apolinário (PS), que então liderava a autarquia.
A coligação «Faro está Primeiro» obteve 13.340 votos (42,67%) e elegeu cinco vereadores, enquanto o PS de José Apolinário obteve 13.210 votos (42,25%), elegendo quatro vereadores.
