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Dia dedicado às questões da justiça PS AlgarveA Federação do Algarve do PS dedicou o dia de ontem, segunda-feira, às questões da justiça, na região, e diz ter encontrado nos tribunais algarvios o «sistema informático parado, obras em curso sem garantias de funcionalidade e falta generalizada de recursos humano».

«Como consequência deste acumular de situações indesejáveis, a reforma judiciária arranca no Algarve com tribunais em colapso», considerou o presidente do PS/Algarve António Eusébio, no final da visita que liderou.

Cenário «negro» que leva esta estrutura partidária a considerar que a recente reforma do sistema judiciário se traduziu numa «oportunidade perdida para dignificar o acesso dos cidadãos à justiça».

Os socialistas descrevem que se depararam com «funcionários em greve e desanimados com as consequências da reforma do sistema judiciário para a economia regional, com falta generalizada de recursos humanos, gerando atrasos nos processos e custos acrescidos para as empresas».

Dificuldades ligadas ao facto de, nos quadros dos tribunais do Algarve, estarem em falta, segundo aquele partido, «um terço dos funcionários previstos». O «horizonte mínimo» para a chegada de novos colaboradores é de «12 meses». «De igual forma, o quadro de magistrados do ministério público também não está completo», acrescenta.

«Fundamental para o normal decurso das diligências judiciais, o programa CITIUS não está ainda operacional na comarca de Faro, estimando-se que sejam necessários três meses para que esteja em condições de funcionamento com o lançamento dos milhares de documentos que aguardam a sua introdução no sistema informático», revelam, ainda, os socialistas.

António Eusébio aponta «os casos dos tribunais de Comércio de Olhão e de Execução (Loulé tem 30 mil processos pendentes, por exemplo) ou da instância criminal central de Faro (com apenas seis funcionários num quadro de quinze)».

Instalações Provisórias Tribunal de Faro_2«A concentração onera os custos da justiça para os cidadãos, nomeadamente as deslocações e consequente perda de produtividade. (…) Aquilo que poderia ser o elemento positivo da reforma – a especialização – perde-se numa solução que não garante uma redução efetiva de custos, não resolve os problemas estruturais e a agrava o acesso à justiça», considerou o presidente do PS/Algarve.

«Com este cenário negro, prevê-se um impacto na região de um ano de atraso na tramitação dos processos como consequência destes constrangimentos e da sua conjugação – Citius inoperacional, falta de funcionários e magistrados, instalações inadequadas e dispersas», concluíram os socialistas do Algarve.

Na sequência desta visita, o deputado do PS eleito pelo Algarve Miguel Freitas, que integrou a comitiva, «vai colocar um conjunto de questões ao Governo, pretendendo-se esclarecimentos sobre o calendário das obras, admissão, formação e colocação de funcionários e magistrados, carregamento e entrada em funcionamento do CITIUS e pressupostos que determinaram a centralização num único ponto do Algarve do Tribunal de Comércio, ao arrepio daquela que tem sido a prática para as demais áreas do direito na região, mesmo com a presente reforma».

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