A secção de Portimão do PSD lamentou hoje, em comunicado, que a Câmara Municipal de Portimão «não tenha sabido conservar a carreira marítima entre as cidades de Portimão e Funchal».
«Os prejuízos económicos que a decisão de terminar com as referidas viagens irão causar à depauperada e débil situação social e económica de Portimão são incalculáveis», garante o PSD portimonense, em comunicado assinado pelo seu presidente Pedro Castelo Xavier.
Apesar da acusação dos social-democratas ao executivo autárquico portimonense de maioria socialista, o facto é que o fim da ligação por ferry entre Portimão e o Funchal, como revelou o Sul Informação e tem sido largamente divulgado pelos jornais e outros meios de comunicação do continente e da Região Autónoma da Madeira, é atribuído pelo armador espanhol aos entraves criados pelo Governo Regional madeirense, chefiado por Alberto João Jardim (PSD).
As altas taxas praticadas no Porto do Funchal, consideradas pelo armador espanhol como «das mais altas da Europa», estiveram na base do cancelamento da ligação que era operada desde 2008.
Javier Garcia, representante do armador espanhol Naviera Armas, lamentou que a importância «deste serviço regular nunca foi reconhecida pelas autoridades» regionais da Madeira. As associações empresariais e oposição madeirense acusam o governo regional de proteger o grupo Sousa, concessionário das operações portuárias do arquipélago e com o monopólio da ligação marítima entre as ilhas da Madeira e do Porto Santo.
Ao fazer o balanço dos custos da operação entre o Funchal e Portimão, o armador espanhol chegou à conclusão de que «não era possível prosseguir com o serviço». Javier Garcia adiantou que a sua continuidade dependia de dois fatores fundamentais: aumento das tarifas e diminuição de gastos.
No seu comunicado, o PSD de Portimão diz ainda que «uma Câmara Municipal que andou vários anos a fio a gastar acima das possibilidades originou uma situação desastrosa, cujo desenvolvimento vai trazer desastre atrás de desastre».
Os social-democratas portimonenses afirmam lamentar também que «uma maioria política, dotada de todos os meios, não tenha sabido ultrapassar obstáculos no sentido de, ao menos, manter o que ainda trazia alguma riqueza à cidade e ao concelho».