O PSD de São Brás de Alportel exigiu à empresa ALGAR a «resolução definitiva» dos maus odores e ruídos associados à Central de Valorização Orgânica (CVO) da ALGAR na Mesquita, neste concelho do interior algarvio, que têm motivado queixas da população que vive nos seus arredores.
A ALGAR já veio a público garantir que colocou em marcha um plano de ação para resolver os problemas e que a fonte do odor – segundo a empresa, «pilhas de corretivo orgânico em maturação que se encontravam parqueadas num pavilhão» -, foi retirada do local no dia 19 de Maio.
A existência de «maus odores e ruído, originários da Central de Valorização Orgânica da ALGAR», foi denunciada por moradores da zona envolvente à unidade, na Reunião de Câmara de São Brás de Alportel de dia 15 de Maio.
Queixas que os social-democratas são-brasenses ouviram e que os levaram a exigir que a empresa responsável pela gestão dos resíduos urbanos no Algarve faça «uma peritagem» e encerre temporariamente a central, pedindo ainda que este assunto «seja discutido na Assembleia da República», de modo a resolver de vez a situação.
O principal partido da oposição, em São Brás de Alportel, defende mesmo que a situação configura um risco para a saúde pública. «A tecnologia utilizada, como alertamos atempadamente, tem problemas, a saúde pública está em causa e poderá estar severamente prejudicada, sendo impossível aguentar o cheiro insuportável proveniente daquela Central nas zonas da Mesquita Baixa, Alta, Fonte da Mesquita e em quase toda a zona nascente do nosso concelho, onde a qualidade de vida e a saúde das populações foi e está a ser destruída», acrescentam.
No comunicado que enviou às redações, a empresa dá conta daquilo que está a fazer para resolver o problema. «A Central de Valorização Orgânica da Algar encontra-se num período de suspensão programada desde o dia 4 de Maio, numa operação regular em que se procede a várias atividades de manutenção, e durante a qual se está implementar o plano de ação aprovado pelo seu Conselho de Administração», assegurou a empresa, que também se disponibilizou para «esclarecer e informar a população sobre as suas atividades», já que, admitiu, há «maus odores provenientes dessa instalação».
Esta terá sido a mesma garantia que a empresa deu ao executivo municipal são-brasense (PS), mas que não convenceu os social-democratas. Na Reunião de Câmara de dia 15 de Maio, o presidente da Câmara Vítor Guerreiro disse já se ter reunido por diversas vezes com a administração da ALGAR, apelando a «uma urgente resposta por parte daquela empresa, para que sejam realizadas todas as intervenções necessárias à resolução deste problema» e que a empresa garantiu já ter «determinado a causa do problema da CVO» e que este «estava a ser solucionado».
Os social-democratas acusam o edil são-brasense de «esperar que tudo se resolvesse e corresse bem, […] acreditando mais uma vez na ALGAR, que anteriormente afirmou que nenhum destes constrangimentos iriam suceder e agora todos estão aí».
O PSD diz que sempre questionou a instalação de uma Central de Compostagem naquele local e alertou atempadamente para a falta de fiscalização. «Nada foi feito nem fiscalizado e agora verifica-se que o que foi construído é muito maior do que aquilo que foi discutido em 2005 e aprovado favoravelmente pelo PS e CDU na Assembleia Municipal de São Brás de Alportel», defenderam.
Garantem, ainda, que no dia 15 de Maio, o vereador social-democrata Bruno Costa «apresentou a proposta de se realizar uma auditoria e peritagens técnicas aquela unidade da ALGAR, para averiguar a causa destes odores, exigindo uma fiscalização permanente de forma a garantir que estes malefícios não voltem a suceder, considerando mesmo o encerramento da Central» e que Vítor Guerreiro «desvalorizou e desconsiderou completamente a ideia».