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O PS/Faro acusou o presidente da Câmara Macário Correia de «manipular números» e de «uma grosseira falta de rigor sobre a situação financeira da Câmara», no seguimento de um comunicado lançado na passada semana pelo autarca farense, sobre as dificuldades que a autarquia atravessa.

Num texto intitulado «A Verdade das Coisas», Macário Correia fazia uma retrospetiva de como encontrou as finanças do município e realçava as medidas que tomou para inverter a situação.

Uma das afirmações do comunicado de Macário Correia era a de que, quando tomou posse em 2009, «Faro estava numa desconfortável situação com cerca de 90 milhões de euros por pagar», lia-se no texto.

Números que o PS contesta, numa nota de imprensa, valendo-se dos valores que constam no relatório de gestão de 2011 e no documento que sustenta o PAEL – Programa de Apoio à Economia Local, «ambos elaborados pela atual maioria PSD/CDS-PP».

Os socialistas garantiram que, segundo este documento, «as dívidas a terceiros, de curto, médio e longo prazo totalizavam, no seu conjunto e no final de 2009, 67.577.116 euros, no final de 2011, 67.732.264 euros e, no primeiro semestre de 2012, 67.474.286 euros».

«Por aqui se conclui que os montantes em dívida no final de 2009 e no final do primeiro semestre de 2012 são idênticos, o que contraria em absoluto as afirmações proferidas pelo Presidente da Câmara Municipal de Faro dando conta de uma alegada redução de 8 milhões de euros no passivo da autarquia ou de que as dívidas seriam em 2009 de 90 milhões de euros, quando nos relatórios oficiais não chegam aos 70 milhões», concluiu o PS/Faro.

Macário Correia, no comunicado que emitiu, lembrou as dívidas que herdou de executivos anteriores e as dificuldades de gestão que a crise motivou. «Mesmo nesta maré de obstáculos, por uma rigorosa e responsável gestão temos conseguido, de 2009 para cá, reduzir a dívida global em cerca de 7,6 milhões de euros, no conjunto do Município (faturas e empréstimos, Mercado e Estádio Algarve)», assegurou o autarca.

«Temos hoje menos 262 funcionários, menos chefias, menos despesas de telefones, limpezas, seguranças e outras. Por medidas internas, cortámos 3 milhões de despesas de funcionamento por ano», disse.

Neste campo, o PS acusou Macário Correia de «durante três anos ter promovido uma campanha contra os funcionários da Câmara Municipal de Faro junto da opinião pública», tentando por este meio «justificar o injustificável» a esses mesmos funcionários.

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