O empreendimento da Quinta da Ombria vai começar a ser construído, depois de ter recebido o alvará de obras de urbanização necessário da Câmara de Loulé, na passada sexta-feira.
Situado na zona do Morgado da Tôr, na freguesia de Querença, Tôr e Benafim, este complexo prevê a construção de um hotel de cinco estrelas, três aldeamentos turísticos de quatro estrelas, moradias unifamiliares e um campo de golfe, e deverá motivar um investimento de cerca de 200 milhões de euros.
A autarquia louletana já atribuiu os alvarás para «a maior parte das infraestruturas previstas para o empreendimento da Quinta da Ombria», mas a emissão das licenças para a construção do hotel e do clube de golfe ainda estão pendentes da conclusão dos respetivos Relatórios de Conformidade Ambiental dos Projetos de Execução (RECAPE), um procedimento que está a ser conduzido pela CCDR do Algarve.
Além do Alvará de Obras de Urbanização, foi emitido também um Alvará de Licenciamento de Reparcelamento e celebrado um Contrato de Desenvolvimento Urbano com os representantes do empreendimento da Quinta da Ombria, Carmen Santos e Joaquim Meirelles, «o que irá permitir a constituição de parcelas independentes para execução das operações urbanísticas previstas no Plano de Pormenor do Núcleo de Desenvolvimento Turístico da Quinta da Ombria (PPNDTQO)», segundo a Câmara de Loulé.
Este é um passo decisivo para o avanço deste projeto no terreno, que vinha sendo adiado há muitos anos, já que todo o processo esteve, desde o início, envolto em grande polémica. Em causa, o alegado impacto ambiental do empreendimento, que levou associações ambientalistas a contestá-lo e, no caso das associações Almargem e Liga para a Proteção da Natureza, a apresentar uma queixa à União Europeia.
Para tentar parar este projeto, os ambientalistas defenderam junto das autoridades europeias que a construção desta unidade turística irá afetar o sistema aquífero Querença-Silves, o maior do Algarve e sobre o qual se situará o empreendimento.
A Direção Geral de Ambiente da Comissão Europeia acabou por arquivar as queixas, salientando que a sua comissão de Avaliação já havia feito algumas recomendações, entre as quais a «alteração da configuração do campo de golfe» e a apresentação «de um plano de gestão de fertilizantes, adubos e fitofármacos», que minimizavam os riscos de contaminação do aquífero. A mais recente decisão, nesse sentido, foi tomada em 2011, em relação a um recurso apresentado pela LPN.
Na nota de imprensa enviada às redações, a Câmara de Loulé diz que este projeto «visa potenciar uma ocupação mista (residencial e empreendimentos turísticos), de baixa densidade, de preferência polinucleados e privilegiando a elevada qualidade, como opção de classificação turística superior».
«Requalificar o espaço rural existente, salvaguardando os valores naturais e paisagísticos e, por outro lado, combater a desertificação e as assimetrias existentes entre o interior e o litoral são os principais objetivos do projeto da Quinta da Ombria», garantiu a autarquia.