Há confetis no chão, serpentinas coloridas penduradas, sorrisos rasgados, telefonemas de clientes a dizer aos amigos onde estão e vários cartazes, que anunciam que foi no Quiosque Valério, em Olhão, que alguém registou uma aposta única, ontem de manhã, que lhe valeu o 1º prémio do Euromilhões, com um valor de 15 milhões de euros.
A festa, como é fácil de constatar para quem passe por este quiosque situado na Avenida da República, em Olhão, ali ao lado do Tribunal, não foi feita apenas pelo vencedor do prémio. «Mal soubemos que tínhamos sido nós a registar o bilhete, fizemos logo aqui uma festa de arromba», disse ao Sul Informação, com um sorriso, Valter Valério, proprietário do estabelecimento e filho do seu fundador.
Esta é a primeira vez que um prémio desta dimensão é ali registado. Aliás, no que ao Euromilhões diz respeito, é a primeira vez que um apostador de Olhão ganha o primeiro prémio, embora, há alguns anos, tenha saído um jackpot no Totoloto, o maior de sempre à época, a um sortudo olhanense.
Valter Valério não esconde a sua satisfação por o seu estabelecimento estar envolvido. «Nunca tinha acontecido um primeiro prémio do Euromilhões em Olhão, estamos muito contentes. Espero que a pessoa que ganhou este dinheirinho todo possa desfrutá-lo», desejou, acrescentando esperar que fosse alguém que «precisasse dele».
O estabelecimento que vende o bilhete vencedor sabe do prémio «através da Santa Casa». «Fomos informados de manhã, logo às 8 horas. Sabemos que é uma aposta miníma (2 euros) e que foi registada ontem de manhã. Já se especulam vários nomes na cidade, mas ainda não há qualquer indício de quem seja», revelou.
Na realidade, a pessoa premiada, apesar de ter registado o bilhete vencedor em Olhão, pode até não ser da cidade ou sequer do concelho. Isto porque passam, no Quiosque Valério, «muitas pessoas que não são de cá», dada a proximidade do tribunal e da estação de Olhão. Mas Valter Valério espera que «o vencedor seja de Olhão».
O facto de ter registado o prémio não beneficia monetariamente o quiosque, mas nem por isso deixa de ser uma ajuda ao negócio. «Ao longo da manhã tivemos muito mais movimento. Aliás, já que estamos com a mão quente, as pessoas podem aproveitar para vir hoje e jogar no totoloto, que tem o maior prémio de sempre, de 16,1 milhões de euros, e que ultrapassa o do Euromilhões, pela primeira vez na história», desafiou.
Já uma eventual gratificação, da parte do vencedor, o proprietário do quiosque duvida que exista. «Estamos aqui há 40 anos e já entregámos muitos prémios grandes, incluindo da lotaria, e nem por uma vez fomos gratificados. As pessoas prometem muito, mas quando chega a hora, esquecem-se de nós. Não que esteja a pedir qualquer gratificação, fico feliz pela pessoa e pela publicidade e, acima de tudo, pelo meu pai que deu o nome a este quiosque e que tenho pena que não esteja cá para ver», disse Valter Valério.