O Rally de Portugal vai voltar a realizar-se no Sul do país em 2014, com base no Algarve, anunciou esta terça-feira o Automóvel Clube de Portugal (ACP), responsável pela organização a prova.
O ACP revelou que a prova que conta para o Mundial de Ralis esteve muito perto de se mudar para o Norte de Portugal já a partir do ano que vem e apenas o alegado desinteresse da Câmara do Porto em assumir um compromisso a três anos, em ano de eleições, impediu que isso acontecesse.
A organização já vinha avisando da possibilidade do rali mudar para o Norte, alerta que foi reforçado durante a apresentação da edição deste ano do evento. Segundo um comunicado divulgado hoje no site oficial do Rally de Portugal, mais do que uma possibilidade, esta mudança estava perto de se tornar um ato consumado.
«Há cerca de dois anos que o Automóvel Club de Portugal estuda um percurso para o regresso do Rali de Portugal ao norte do País, em conformidade com a vontade da FIA e das populações locais», disse o ACP.
«Assim, em julho de 2012, o Automóvel Club de Portugal enviou uma carta às Câmaras Municipais de Viana do Castelo, Ponte de Lima, Arcos de Valdevez, Paredes de Coura, Vieira do Minho, Montalegre, Fafe, Lousada, Porto, Arganil, Góis e Oliveira do Hospital na qual eram elencadas as condições para a realização do Vodafone Rali de Portugal naquelas zonas do País», revelou.
Todas as autarquias contactadas terão aceite as condições impostas, nomeadamente o compromisso de manter a prova no Norte pelo menos três anos, menos a do Porto, que «não respondeu à missiva do ACP». Tendo em conta que esta cidade iria ser «o centro nevrálgico» de uma eventual prova no Norte, a resposta positiva da parte desta autarquia era fundamental.
«Há cerca de uma semana, o presidente da autarquia portuense afirmou, no decorrer do Circuito da Boavista, que não queria condicionar o seu sucessor com um compromisso para 3 anos, mesmo que se trate de um evento que custará no máximo 300 mil euros/ano à edilidade e traga um retorno direto em hotelaria e restauração na ordem dos 50 milhões de euros…», ilustrou o ACP.
Já dos candidatos «com hipótese de vitória» à Câmara do Porto, apenas um «acatou todas as condições e formalizou por escrito a vontade de honrar o compromisso de ter o rali no norte».
«A organização de uma prova desta envergadura e dos compromissos internacionais inerentes à mesma exigem responsabilidade, seriedade e vontade. Nenhum destes requisitos corresponde ao comportamento da Câmara do Porto e dos seus candidatos», ilustrou o ACP.