“Uma grande vitória”, é assim que a Associação de Utentes e Amigos do Parque de Campismo da Praia de Faro vê a proposta de renovação do parque, que vai amanhã a votação a reunião de Câmara, por proposta do executivo farense.
No entanto, o grupo quer ver salvaguardados os campistas permanentes do parque e mostra-se disponível para participar na gestão do futuro espaço.
Para António Figueira, presidente da Associação, «é uma vitória estrondosa conseguir que a Câmara Municipal de Faro venha a público dizer que nós tínhamos razão, mostrando a intenção de abrir o parque de campismo para todos os farenses».
No entanto, a proposta que vai amanhã a votação, merece alguns “mas”, que os utentes do Parque de Campismo da Praia de Faro vão apresentar amanhã na sessão.
«Estamos de pé atrás, porque é a primeira vez que se fala nisto e é o que vamos dizer amanhã na reunião de Câmara», afirmou António Figueira, esta quarta-feira em conferência de imprensa.
A Associação de Utentes teme que esta seja uma «tentativa airosa e política de denunciar o contrato» de comodato que mantém com a autarquia desde 2010 e, por isso, garante que os utentes só irão sair do parque «quando houver uma proposta concreta, quando estiver tudo no papel e se souber o que se vai fazer aqui».
A capacidade de execução do projeto pela Câmara Municipal também merece dúvidas. «O presidente da Câmara tem que vir a público dizer o resto: quando sai o projeto, quem o faz, como vai ter novamente o alvará, quando começam as obras e quem o vai gerir».
Neste último ponto, a associação quer ser ouvida e mostra-se disponível para fazer parte da gestão do futuro parque de campismo. «No mínimo têm de nos ouvir, porque temos toda a experiência para ajudar a ter um parque bem gerido. Nós sabemos o que foi este parque gerido anteriormente pela Câmara de Faro».
«Nós temos uma mais-valia que é a experiência e nós podemos dá-la, se assim o entenderem», acrescenta António Figueira.
A associação mostra-se mesmo disponível para ajudar financeiramente a Câmara de Faro. «Do nosso ponto de vista, a solução apresentada irá acarretar valores que a Câmara não tem e uma associação como a nossa pode ir buscar fundos à União Europeia, porque há verbas europeias para este tipo de atividade».
Outro dos pontos que merece reparos é a intenção adiantada pelo executivo camarário de obrigar à rotatividade e limitar o tempo de permanência, uma vez que para a associação, «há que salvaguardar sempre a população permanente».
«Não há nenhum parque no Algarve, e no país, que não tenha 30 a 60 por cento de campistas permanentes, para que se possa assegurar a sustentabilidade na época baixa», justifica.
De qualquer forma, António Figueira garante: «amanhã, Rogério Bacalhau vai ser agraciado com o nosso agradecimento».