O livro «Olhão, o Algarve e Portugal no Tempo das Invasões Francesas», uma edição do Município de Olhão, que reúne as atas do Congresso Histórico realizado nesta cidade em 2008 para assinalar os 200 anos da libertação de Olhão do domínio napoleónico, foi apresentado na sexta-feira, dia 20, perante o auditório repleto de público da Biblioteca Municipal de Olhão.
Isabel Trabucho, uma das duas dezenas de autores que agora veem a sua participação nas Comemorações dos 200 Anos da Restauração imortalizada com esta obra, assim como o coordenador cientifico do congresso de 2008, António Rosa Mendes, recordaram o importante passado de Olhão.
Isabel Trabucho referiu o povo audaz que conseguiu expulsar os ocupantes franceses e reconheceu que descobriu muitas características de Olhão durante a sua pesquisa.
Também o historiador António Rosa Mendes salientou a coragem do povo olhanense, dizendo esperar que “com esta publicação, Olhão passe a ter o lugar que merece na história por direito próprio”.
Segundo o professor da Universidade do Algarve, “em 2008 convocámos para Olhão investigadores, académicos, militares… A obra que agora se publica será uma referência nos estudos históricos sobre o período da Revolução Francesa”-
Rosa Mendes acrescentou que “a história tem negligenciado o papel dos olhanenses durante as invasões. Neste congresso de 2008, ficou patente que o papel de Olhão não foi episódico nem uma nota de rodapé no curso da história”.
Foi em Olhão que se registaram as primeiras manifestações de desagrado contra os ocupantes e em 16 de junho de 1808 eclodiu a revolta popular contra os franceses. Foi preciso muito heroísmo para encetar a sublevação que se seguiu, acreditam os investigadores de várias universidades, e não só, que agora veem as suas intervenções publicadas na obra «Olhão, o Algarve e Portugal no Tempo das Invasões Francesas».
“Se não fosse a revolta de Olhão, a história não teria sido como foi”, acredita António Rosa Mendes.
Uma opinião partilhada pelo edil olhanense Francisco Leal, que tem feito esforços no sentido de colocar Olhão nos anais na história pelo real valor do seu povo. Referiu inúmeras iniciativas já realizadas neste âmbito, de que o Congresso de 2008 foi um dos momentos altos.
“Repondo esta parte da história, Olhão passou a ser mais conhecido, o concelho tem tido figuras importantes no seu seio ao longo da história. Temos muito orgulho em ser os continuadores desses olhanenses”, referiu Francisco Leal, para acrescentar: “Num povo que se fez a si próprio, tudo tem de ser conquistado. Foi-o em 1808 e é-o em 2012”.