A Revisão orçamental para afetar verbas aos Bombeiros e à Santa Casa da Misericórdia de Albufeira até foi aprovada em Reunião de Câmara, sem qualquer voto contra dos dois partidos mais representados neste órgão, mas isso não impediu a troca de acusações entre as estruturas do PSD e do PS deste concelho.
Os social-democratas acusaram a oposição de «completa indiferença perante o apoio à ação e segurança das pessoas e das instituições», na sequência da abstenção do PS na votação da proposta, enquanto os socialistas estranham «tanta indignação» quando viram eles próprios chumbadas sugestões que, entre outras coisas, teriam permitido baixar o IMI à população mais cedo.
O PSD reagiu à abstenção do PS na passada sexta-feira, manifestando «forte censura» pela decisão dos socialistas em não votar a favor de «matérias de claro interesse concelhio e da sua população, cujo valor se sobrepõe a qualquer interesse partidário». Isto, dizem os social-democratas, «na sua fobia de ser oposição a tudo».
Em causa, precisa o PSD, estava a dotação de duas verbas aos Bombeiros de Albufeira de 244.860 e 72.160 euros, para aquisição de veículo polivalente de combate a incêndios urbanos e de 100 equipamentos de proteção individual, respetivamente.
O terceiro ponto da proposta apresentada pelo executivo do PSD, liderado por Carlos Silva e Sousa, prevê a canalização de uma verba de 63.960 euros para a Santa Casa da Misericórdia de Albufeira, destinada ao projeto da Comunidade de Inserção «Aldeia do Sanacai».
O PS reagiu a estas acusações e explicou que optou pela abstenção porque, apesar de considerar as verbas aprovadas «muito importantes para o concelho e para os munícipes», achar que elas «chegam tarde».
Para além disso, os socialistas acham «que esta 5ª revisão deveria ter contemplado diversas outras matérias que têm vindo a ser propostas pelo PS como forma de fazer face às necessidades mais prementes da população de Albufeira».
O principal partido da oposição, em Albufeira, não se ficou só pela defesa e também passou ao ataque.
«Relembrando o que no passado aconteceu, não vislumbrámos qualquer indignação quando o PS propôs em 2014 o pagamento do PAEL em tempo de o IMI e as taxas municipais poderem ser reduzidas, no ano de 2015. (…) Não verificámos qualquer censura quando os munícipes de Albufeira tiveram durante um ano de pagar o IMI e as taxas municipais aos valores mais elevados, quando era mais do que possível reduzir tais valores, assim tivesse havido vontade política», acusam os socialistas.
Estes são apenas dois exemplos de uma longa lista de situações elencadas pelo PS, que vão desde «os elevados preços da água, apesar das propostas para a sua redução», até à relação da Câmara com os munícipes.