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A Câmara de Faro não está contente com a solução de «mera cosmética» encontrada pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) para garantir que a viatura médica de emergência estacionada no Hospital de Faro funcione durante todo o período noturno, em Dezembro.

O presidente da autarquia farense Rogério Bacalhau enviou um ofício ao ministro da Saúde, onde defende que as medidas tomadas «são de mero reforço das cargas horárias dos tripulantes e isso não constitui, de maneira alguma, a solução desejável e definitiva para esta debilidade», para mais quando se aproxima o Natal.

Desta forma, pediu ao Governo, «com carácter de urgência, a tomada das medidas necessárias para impedir que a ambulância com maior atividade na região e que faz cobertura a Faro e zonas contíguas, opere em condições de sobrecarga dos seus tripulantes e demais colaboradores».

A tomada de posição do edil farense surge uma semana depois do secretário de Estado da Saúde Manuel Delgado ter anunciado a reabertura da Direção Regional de Faro do INEM, o que significará um reforço do investimento, dos meios humanos e a renovação do equipamento desta entidade, a nível regional.

A reversão do estatuto da delegação algarvia do INEM, que tinha deixado de ser Direção Regional em 2012, por decisão do anterior Governo, e viu reduzida a sua importância, nomeadamente com a perda de um Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) totalmente funcional, deverá estar concluído «em Janeiro», segundo o membro do Governo.

Enquanto isso não acontece, o executivo liderado pelo social-democrata Rogério Bacalhau não fica descansado. As limitações de operacionalidade da ambulância do INEM do Hospital de Faro foram denunciadas há algum tempo «por profissionais ligados a estas questões» e «até chegaram à Assembleia da República», o que levou a direção nacional do INEM a tomar medidas que «supostamente iriam pôr termo à triste realidade relatada.

Para Rogério Bacalhau, a solução encontrada é «uma medida de cosmética» que «não só não resolve o problema, como até o agrava, pois propicia a diminuição da qualidade e da eficiência da operação, obrigando os profissionais a laborar em condições de extremo cansaço e fragilidade física e emocional».

«Isto é, permita-me, não apenas pôr em risco os recursos humanos a cargo do INEM mas é, sobretudo, uma desconsideração para com a população do Concelho de Faro, que se vê privada de um atendimento de qualidade da única viatura do INEM no município. Vimos assim exprimir toda a nossa decepção em relação às medidas anunciadas pelo INEM que, reiteramos, mais não são do que mera cosmética», concluiu o presidente da Câmara de Faro.

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