Samuel Úria já tem «bons amigos», no Algarve, e conta fazer muitos mais na sua passagem por Faro, no próximo domingo, que o levará a atuar na FNAC do Fórum Algarve, às 17 horas e n’«Os Artistas», a partir das 22 horas.
Em palco, estará apenas o artista e a sua guitarra, mas, avisa o músico e compositor português, tudo pode acontecer, até a estreia de músicas ainda por editar.
«Como vou sozinho e não tenho de prestar contas à banda que me acompanha, não posso antever completamente aquilo que vai acontecer. Pode-me apetecer fazer coisas em palco que não estavam planeadas», revelou Samuel Úria, numa entrevista concedida ao Sul Informação e à Rádio Universitária do Algarve RUA FM. A conversa pode ser ouvida, na íntegra, aqui.
«É possível que haja surpresas. Estou a escrever canções novas e eu não gosto muito de mantê-las na gaveta, à espera que elas ganhem formato de disco. Pode ser que, de repente, se desengavetem algumas dessas coisas novas e que tenham o seu primeiro teste este fim-de-semana», disse Samuel Úria.
Garantido, garantido, está o «empenho» em palco, o «grande agrado» em voltar ao Algarve e que os concertos assentarão, em grande medida, no seu mais recente trabalho, o disco «Grande Medo do Pequeno Mundo», de 2013, sem prejuízo de se ouvirem canções de outros trabalhos. «O grosso do alinhamento dos concertos, tanto na FNAC, como n’ Os Artistas, assentará nesse disco, mas nunca se sabe o que o público pode fazer puxar da manga ou da cartola, para apresentar», reforçou.
No regresso a Faro, Samuel Úria não virá acompanhado, mas não conta andar sozinho. «Consigo dizer, com muita antecipação, que será um prazer regressar ao Algarve. Tenho ai muitos amigos. E tenho a perspetiva de granjear mais amigos, em Faro. Não se afastem de me dar um passou-bem ou um beijinho, que eu tentarei corresponder com simpatia e música», assegurou.
Apesar de protagonizar dois concertos no mesmo dia, na mesma cidade, Samuel Úria não conta oferecer dois espetáculos iguais. «Eu temo que isto me faça parecer pouco personalizado, mas o público condiciona muito a forma como eu me apresento. O público, o espaço, a própria expetativa…até coisas tão simples como a duração do espetáculo, acabam por condicionar. E, como as condições que rodeia cada concerto são tão diferentes, é natural que eu não seja o mesmo à tarde e à noite», disse.
Samuel Úria já é dono de uma carreira de respeito, quer como intérprete, a solo ou acompanhado, quer como compositor. E não é “egoísta”, nesta sua faceta de criador, já que cultiva colaborações com diversos artistas. Aqui, confessa, há dois lados da mesma moeda.
«Às vezes, é semelhante [compor para ele próprio ou para outros], na medida em que eu escrevo as canções para mim e depois penso: esta não resulta para mim, vou oferecê-la a alguém. Isso já aconteceu com o António Zambujo, com uma música do seu último disco, que eu achei que iria resultar com aquela voz maviosa dele, e julgo que resultou. Mas quando escrevo para outras pessoas, como a Kátia Guerreiro ou a Ana Moura, que são fadistas, o meu processo já é outro. Embora haja muitas semelhanças com compor para mim, já tenho de ter outras preocupações, porque o fado já traz em si toda uma história que, não sendo a minha, eu quero respeitar», explicou.