A Fonte Velha de São Brás de Alportel foi reinaugurada, depois de ser alvo de obras de reabilitação, que visaram dar mais dignidade a este «elemento do património são-brasenses, repleto de memórias do quotidiano de outrora».
«Os trabalhos integraram a construção de um novo muro circundante, a limpeza da linha de água, movimentos de terras, revestimentos de pavimentos e lancis, restauro e reconstrução de elementos existentes, colocação de mobiliário urbano, recuperação do lavadouro existente e ainda o embelezamento do local com espaços verdes», revelou a autarquia são-brasense.
A recuperação da Fonte custou cerca de 21,3 mil euros, comparticipados em 65 por cento pelo programa Proder, e foi realizada no âmbito do projeto de valorização do património «Memórias da Terra – da Fonte Velha ao Poço Novo», que a Câmara de São Brás de Alportel está a levar a cabo.
«Esta primeira inauguração do Projeto Memórias da Terra reflete a valorização que é feita a estes espaços com história, espaços que fizeram em tempos parte do dia-a-dia dos são-brasenses e que hoje ganham uma nova vida, enquanto espaços de memória e lazer para as novas gerações», ilustrou o presidente da Câmara de São Brás Vitor Guerreiro, na cerimónia de inauguração da requalificada Fonte Velha, realizada no sábado.
Já Nelson Dias, o presidente da associação In Loco, gestora do Proder no centro do Algarve, salientou que São Brás foi o município «que melhor uso fez dos fundos comunitários, apresentando um maior número de projetos, valorizando de forma exemplar o património concelhio».
Além de proporcionar a recuperação de património edificado, a obra agora concluída também promove a divulgação de outro património são-brasense, nomeadamente o literário.
A Fonte Velha recebeu duas estrofes do poema “A Fonte”, extraído de uma obra do poeta são-brasense Bernardo de Passos:
“Aqui regando um vime, um freixo esguio;
Ali, um milharal, que o ar enflora;
Além, um farrobeiro êrmo e bravio;
Côrre essa fonte como se o val’fôra
Um menino de mama, e ella seja
O alvo leite de mãe que o avigora…!”