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O patrono da Biblioteca Municipal de São Brás de Alportel Estanco Louro será o ponto de partida para uma reflexão sobre o passado e o futuro deste concelho. A biblioteca desafia jovens e seniores são-brasenses a participar na sessão «100 anos depois, o que dizem os vindouros sobre a sua terra e as suas gentes?”», amanhã, sexta-feira, às 14h30, na sala João Belchior Viegas deste espaço cultural.

Esta sessão, dinamizada por Artur Gregório e por Teresa Oliveira, coordenadora da Biblioteca Municipal, destina-se especialmente aos alunos do ensino secundário e aos seniores são-brasenses, residentes na zona serrana do município, mas nela pode participar a comunidade em geral.

«Em 1912-13, Estanco Louro, imbuído do pensamento científico da moderna escola filosófica do positivismo humanista, fez um estudo exaustivo de São Brás de Alportel e concluiu com uma série diversificada de propostas que considerava fundamentais para o progresso do concelho e o desenvolvimento das suas populações», refere a Câmara de São Brás de Alportel, numa nota de imprensa.

Um século depois, e passados dez anos da atribuição do nome de Estanco louro à biblioteca, o encontro multigeracional «100 anos depois, o que dizem os vindouros sobre a sua terra e as suas gentes?» pretende cruzar experiências e visões sobre o passado e explorar novas perspetivas sobre as potencialidades atuais e futuras de São Brás de Alportel.

Uma reflexão conjunta que tem por base os estudos e princípios da obra de Estanco Louro, uma figura carismática do passado são-brasense que deixou um importante legado literário, do qual se destaca a monografia «O Livro de Alportel», um trabalho de investigação exaustivo sobre o concelho de São Brás de Alportel, considerado exemplar até aos dias de hoje.

 

Sobre o investigador, etnógrafo, linguista e professor Manuel Francisco do Estanco Louro:

Manuel Francisco do Estanco Louro nasceu a 6 de Setembro de 1890, no sítio do Alportel. Distinto professor, investigador e advogado, notabilizou-se no campo das letras, deixando uma obra volumosa, com diversos estudos nas áreas da linguística – gramática, dialetologia e toponímia, da etnografia algarvia, dos estudos camoneanos e ensaios diversos de literatura portuguesa.

A sua obra “O Livro de Alportel”, à época premiada e elogiada por vários investigadores, é ainda hoje uma fonte de referência única e atual no âmbito dos estudos algarvios.

Manuel Francisco do Estanco Louro faleceu em Lisboa, a 21 de Setembro de 1953, deixando à sua morte uma vasta obra inédita. Acreditava que os vindouros a iriam recuperar e continuar, se a merecessem.

A 8 de Novembro de 2003, 55 anos depois do dia em que o Dr. Estanco Louro foi nomeado Diretor da Biblioteca do Liceu Camões, o Município de São Brás de Alportel deu o seu nome, como patrono, à Biblioteca Municipal.

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