A queda de receitas da Câmara de São Brás de Alportel «é enormíssima» e os tempos que vivemos são «conturbados», mas a autarquia algarvia quer manter todos os serviços que presta à população e continuar a fazer algum investimento, garantiu o presidente da Câmara de São Brás António Eusébio.
O executivo camarário sambrasense apresentou esta quarta-feira o resultado de mais um Orçamento Participativo, que enquadrou o documento final que servirá de guia à autarquia, em 2012, aprovado em dezembro passado pela Assembleia Municipal.
No final de 2011, a população deste concelho serrano foi chamada à participação e a escolher de entre 25 obras «mais importantes» as dez que considerava mais prioritárias. Apesar de terem sido recolhidas muitas sugestões, este ano a metodologia foi diferente (pode ver mais pormenores sobre o orçamento de São Brás para 2012 no Mapa Interativo dos Orçamentos Municipais, na homepage do Sul Informação).
António Eusébio explicou que a opção por dar a escolher entre um leque de propostas se deveu, por um lado, à contenção orçamental e, por outro, pelos anos a que já se faz o Orçamento Participativo em São Brás. Desde 2007, foram recebidas muitas propostas, algumas já realizadas e outras que foram sendo inseridas nos planos da autarquia.
É o que acontecerá com algumas das sugestões recolhidas nos formulários entregues em 2011 junto de associações e população, sem esquecer as crianças e os jovens, que também foram sondados.
A colocação de bancos e árvores na estrada EN270, dentro da malha urbana de São Brás, a criação de pontos de descanso e lazer, principalmente para idosos e a construção de um parque de estacionamento junto à Escola EB1 nº 2 são obras que passam a estar nos planos da autarquia, por sugestão dos adultos.
Os mais novos centraram as usas sugestões na área desportiva, com um parque para prática de BMX, motocross, patins em linha, mini-golfe e mini-circuito de trânsito para crianças no topo. A criação de um campo de basquetebol acessível a qualquer hora do dia (existem nas escolas da autarquia, mas não abrem fora do período de aulas) e a disponibilização de bicicletas gratuitas na Vila foram outras sugestões acolhidas pela Câmara.
Os sacrifícios serão sempre no lado das despesas de capital, ou seja, no investimento, e nunca na redução de serviços, assegurou António Eusébio. Apesar de serem muitas as obras previstas, houve que fazer escolhas e nem sequer é certo que dê para avançar com todas.
«Só conseguiremos atingir os valores previstos de investimento se conseguirmos arrecadar a receita previstas. Caso contrário, teremos de adiar algumas intervenções», explicou.
«Além do corte nas transferências diretas do Orçamento de Estado, o Imposto municipal sobre Transferências (IMT) diminuiu drasticamente, em cerca de 90 por cento. Apesar de não ser a rubrica que mais pesa no Orçamento, ao nível de receitas, a quebra é de quase um milhão de euros», ilustrou António Eusébio.