São às dezenas de milhar e fazem muito barulho, mas a sua presença é aguardada ansiosamente por muitos algarvios, não só pelos que gostam de motos, mas também pelos agentes económicos da região que fazem bons negócios durante a Concentração Internacional do Motoclube de Faro.
Motards de todo o mundo já começaram a chegar a Faro para participar na maior concentração de motos da Europa não associada a um evento desportivo, que começa na quinta-feira e dura até domingo, no Vale das Almas, junto ao Aeroporto.
Nos 35 anos da concentração, o Motoclube de Faro, que organiza o evento, apostou forte no cartaz musical, que conta com a conhecida banda internacional Fun Lovin’ Criminals, mas também com artistas portugueses de renome, como os amigos Xutos & Pontapés, a fadista Carminho, The Legendary Tigerman e Frankie Chavez.
A sua função será garantir a animação dos visitantes em diferentes noites. E terão muita gente para animar, já que, como é habitual, são esperados muitos participantes, na Concentração de Faro.
«Este ano temos a coisa montada para cerca de 20 mil inscrições [motos]. Mas, naturalmente, virão muitas mais pessoas», revelou o presidente do Motoclube de Faro Zé Amaro numa entrevista à Rádio Universitária do Algarve (Rua FM).
Ainda assim, o evento tem vindo a perder alguns participantes, nos últimos anos, fruto da conjuntura e de algumas opções políticas. A crise económica que abalou o mundo é uma das causas, mas Zé Amaro salienta «a introdução de portagens na Via do Infante» como outro fator que afastou participantes.
«Uma pessoa que venha do Porto paga montes de dinheiro em portagens. Quem vier de Madrid chega cá sem gastar dinheiro nenhum. Esta aberração que são as portagens na Via do Infante era um assunto que já devia estar resolvido há muito. E, claro, a crise também contribuiu para baixar um bocadinho. Vamos ver se a Europa recupera e, por acréscimo, que os motards passem a ter mais dinheiro disponível», desejou o presidente do Motoclube de Faro.
Com esta conjuntura, manter vivo um evento desta dimensão é possível «devido à paixão e ao amor que temos pelas motos e ao voluntariado todo que tem existido durante estes 35 anos, com membros e sócios do clube».
Paixão e amor pelas motos será, provavelmente, a expressão chave, quando falamos na Concentração de Motos de Faro. Isto porque, apesar de todas as dificuldades, há quem arranje maneira de voltar à capital algarvia, ano após ano, para participar na festa.
Em alguns casos, há quem opte por viajar de avião, para conter despesas. «Há muita gente que opta pelo avião, porque lhes sai mais barato. Noutros casos, é por não terem os dias necessários de férias para se deslocar de moto. Quem vem do Reino Unido precisa de pelo menos dez dias para vir, estar e voltar, o que se torna complicado», disse Zé Amaro. A proximidade do Aeroporto de Faro com o local da concentração ajuda a que muitos optem por esta solução.
Apesar de, como Zé Amaro salienta regularmente, este não ser um festival de música, esta vertente ocupa sempre um espaço importante no evento. Além das bandas já mencionadas, há que contar com Jake & Elwood, Ars Armandi e The Dixie Boys.
Na vertente de animação, destaque para a 25ª edição do Bike Show, para o espaço Oásis, que funciona 24 horas por dia e contará com atuação «de bandas locais e não só», para a animação de rua ao longo dos três dias e para um ecrã gigante que será instalado no recinto do Vale das Almas, onde passará cinema. No domingo, há o sempre muito aguardado desfile final, que parte ao meio-dia e termina junto à Doca de Faro, depois de passar pelo Fórum Algarve e no Largo de São Francisco.
O presidente do Motoclube de Faro aproveitou para salientar o facto do acesso à Praia de Faro ter sido melhorado recentemente, o que é uma boa notícia para a organização da Concentração, uma vez que este é um local que os participantes fazem questão de frequentar.
Quanto à atuação das forças policiais, Zé Amaro admite que «no ano passado as coisas melhoraram», esperando que, este ano, as coisas decorram como em 2015, em que «não houve qualquer problema e o policiamento não foi tão aparatoso».