O secretário de Estado da Agricultura visita amanhã, dia 25 de outubro, o Centro de Educação Ambiental do Vale Gonçalinho, uma estrutura gerida pela Liga para a Proteção da Natureza (LPN) em Castro Verde.
A visita de José Diogo Albuquerque irá focar-se no historial da LPN em Castro Verde desde há 20 anos, tendo como pólo de funcionamento o CEAVG, e as Medidas Agro-Ambientais aqui existentes.
O trabalho da LPN nesta região tem como principal objetivo promover a conservação das planícies cerealíferas do Campo Branco, que são consideradas o ecossistema estepário mais importante de Portugal e um dos mais representativos a nível da Europa.
O envolvimento e participação de diferentes interlocutores locais, incorporando conhecimento científico, projetos de demonstração e a experiência adquirida no terreno, numa lógica de aprendizagem mútua, têm sido as bases fundamentais para as sinergias estabelecidas e os resultados alcançados.
Neste sentido, a parceria entre a LPN, a Câmara Municipal de Castro Verde e a Associação de Agricultores do Campo Branco tem sido fundamental.
A estratégia local promovida assenta no desenvolvimento sustentável deste território rural, procurando fundamentar decisões de gestão agrícola favoráveis à conservação da biodiversidade, do solo e da água, com base em estudos científicos e projetos de demonstração.
A implementação de projetos para a proteção das aves estepárias, como os projetos LIFE que possibilitaram a constituição da Rede de Reservas da Biodiversidade da LPN, com a aquisição de 1.812 hectares de terrenos em Castro Verde, serão um dos temas desta visita, bem como, os projetos de conservação do solo, de combate à Desertificação e à Seca e de Adaptação às Alterações Climáticas.
A educação ambiental e o ecoturismo, como formas de sensibilização e de valorização dos valores naturais desta região, serão também aspetos abordados.
As Medidas Agro-Ambientais da Intervenção Territorial Integrada de Castro Verde (dando continuidade ao Plano Zonal criado em 1995), incluídas no PRODER, serão igualmente debatidas, pelo seu papel fulcral na conservação das aves estepárias com elevado estatuto de ameaça, como é o caso da Abetarda, do Sisão ou do Peneireiro-das-torres.
Através destes apoios, concedidos aos agricultores para implementação de boas práticas agrícolas favoráveis à proteção destas espécies, estritamente associadas aos meios agrícolas extensivos de sequeiro, tem sido possível preservar este ecossistema de Alto Valor de Conservação.
Os resultados positivos alcançados refletem, por isso, o empenho e dedicação de todos, num exemplo concreto de uma abordagem “bottom-up” bem sucedida.