A água que é distribuída nas torneiras da Quinta do Lago é a mais segura do país e o objetivo é replicar o exemplo, primeiro por todo o Município de Loulé e, depois, em todos os concelhos do Algarve.
A Infraquinta recebeu, na passada sexta-feira, a Certificação de Qualidade do Produto Água e tornou-se na primeira empresa gestora em baixa a receber esta distinção. Na cerimónia de lançamento da ÁguaIQ, a empresa municipal foi elogiada e Carlos Martins, secretário de Estado do Ambiente, deixou um desafio: que o Algarve seja a primeira região do país com qualidade de água certificada.
«O primeiro desafio que aqui fica é para os autarcas do Algarve. Primeiro, o ideal seria estender o projeto a todo o Município de Loulé, já seria bom, porque é ambicioso à escala municipal, depois seria levá-lo para todo o Algarve, mas o desejável é mesmo estendê-lo a todo o país», disse o governante ao Sul Informação.
No caso do Algarve, até há uma vantagem competitiva para que a região seja a primeira a conseguir a certificação da qualidade da água: «a empresa Águas do Algarve, que faz distribuição de água em alta, é também ela certificada na qualidade da água».
Por isso, «o facto de a entidade em alta já ter uma boa parte desses recursos [de monitorização da qualidade da água e do número de análises realizadas] incorporados na sua normal gestão e contabilidade é um bom passo para que os municípios aproveitem essa oportunidade a seu favor, completando esse trabalho na rede em baixa. É mais fácil fazer um trabalho complementar do que partir do zero», acrescentou Carlos Martins, que interrompeu as suas férias para marcar presença na cerimónia.
Vítor Aleixo, presidente da Câmara de Loulé, assumiu o compromisso de ser pioneiro neste objetivo. «Queremos replicar o exemplo nas outras Infras. Conseguir isso em todo o município é um longo caminho, requer investimento, planeamento e experiência e know-how, que a Infraquinta já tem, mas havemos de lá chegar», disse.
Os elogios do secretário de Estado tiveram um sabor especial para a Infraquinta. Para Miguel Piedade, presidente do Conselho de Administração da empresa, «sabe bem ouvir dizer que a Infraquinta é um exemplo, sendo a primeira empresa que conseguiu a certificação. Não é fácil, mas o sítio onde estamos obriga-nos a pugnar por um nível de qualidade muito acima da média. Só assim é possível manter um espaço público com a qualidade que o cliente exige».
Mas o que faz a água distribuída pela Infraquinta ser tão especial? «Temos um sistema de controlo que é feito desde o ponto em que recebemos a água da Águas do Algarve, e temos pontos de controlo do sistema em vários locais da rede. Fazemos recolhas diárias e monitorização em tempo real, que permite analisar vários parâmetros e atuar em tempo real», explicou o responsável.
«Para terem uma ideia, enquanto o plano de controlo da qualidade da água obrigatório por lei exige à Infraquinta 24 análises por ano, o plano de segurança exige 286 análises e, ainda assim, a Infraquinta planeia efetuar em 2017, 310 análises», acrescentou.
Miguel Piedade acredita que este é «um símbolo de garantia de qualidade que pode satisfazer o cliente, mas que pode também pode ter impacto em termos económicos para a região. Os agentes hoteleiros e turísticos da Quinta do Lago, ficam com garantia de qualidade acrescida na água que utilizam».
Infraquinta também é “campeã” na luta contra o desperdício
O presidente do conselho de administração da Infraquinta revelou, durante a apresentação, que a rede de abastecimento da Quinta do Lago, com cerca de 70 quilómetros de condutas, reforçou o estatuto de campeã nacional da luta contra o desperdício de água.
«Quando pensávamos que seria muito difícil melhorar o índice de desperdício que, em 2015, se situava em 6,3%, verificamos que, em 2016, através de todo o trabalho de monitorização e tecnologia de gestão inteligente, conseguimos fazer descer este valor para 4,6%», revelou Miguel Piedade.