Duas enfermeiras do serviço de Urgência do Hospital de Portimão foram recentemente diagnosticadas com Tuberculose, denunciou o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).
A situação foi detetada em Maio, altura em que uma das profissionais de saúde começou a manifestar alguns sintomas da doença e, apesar destas duas enfermeiras estarem já em casa, os restantes profissionais que compõem a equipa, cerca de 50 pessoas, estarão, ainda «por rastrear».
Esta situação, acusa o sindicato, está ligada à alegada desativação do único quarto de isolamento existente no Hospital de Portimão, que «foi destruído nas últimas obras». «Agora o isolamento obrigatório dos doentes com suspeita ou confirmação de tuberculose é feito por… cortinas no “open space – espaço de decisão clínica” (imagem em anexo)», asseguram os enfermeiros.
Esta realidade foi negada pelo Centro Hospitalar do Algarve, numa nota de imprensa, que garante que continua a existir uma sala de isolamento em Portimão. Por outro lado, deu a garantia de que as duas enfermeiras com tuberculose estão a ser seguidas pelo serviço de saúde ocupacional deste centro hospitalar.
Da parte dos enfermeiros, chegam críticas à capacidade de resposta do CHA a este tipo de problema, lembrando o caso ocorrido há algum tempo «noutro serviço daquele hospital», onde os profissionais que entraram em contacto com um paciente infetado com tuberculose esperaram «seis meses pelo rastreio».
«Os profissionais estão indignados por terem que esperar por autorização para prosseguir com os exames e por não terem ainda sido informados do resultado dos RX, alguns realizados há cerca de 3 semanas. Também não compreendem porque ainda não têm os resultados ao teste IGRA realizado há quase 2 semanas a cerca de 10 enfermeiros, havendo fortes probabilidades de existirem mais positivos», segundo o SEP.
«O Conselho de Administração [do CHA], em Junho de 2014, garantiu à equipa de enfermagem que não haveria mais doentes internados na urgência e que o tempo máximo de permanência seria de 12 horas. A realidade é que chegam a estar 30 doentes internados, alguns por vários dias. Mais doentes internados lado a lado, menos enfermeiros e com deficientes condições de isolamento é esperado que aumente o risco de contágio desta e de outras doenças», disse, ainda, o SEP.