O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses vai reunir-se, pela primeira vez, com os 16 presidentes de Câmaras do Algarve, para os sensibilizar para a necessidade de admissão de mais enfermeiros nos serviços de saúde do Algarve, que consideram «uma prioridade nacional». A reunião com a AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve está agendada para a manhã desta segunda-feira.
«O Algarve deve ser encarado como uma prioridade nacional no que diz respeito à admissão de enfermeiros, porque comparado com as restantes regiões do país é a que tem a mais baixa taxa de enfermeiros por mil habitantes (4,72), abaixo da média nacional (5,7) e ainda abaixo da média europeia (9,8), assim como o menor número efetivo de enfermeiros em comparação com as outras quatro ARS (cerca de 1800 enfermeiros nos serviços públicos)», descreveu a delegação regional do SEP.
Os sindicalistas dizem que têm vindo «a verificar a degradação do estado da saúde do SNS no Algarve, através da diminuição da acessibilidade, qualidade e segurança dos cuidados», algo que está relacionado com a carência de recursos humanos e materiais, «mas também pela inexistência de um plano estratégico de articulação dos serviços de saúde, agravado pela diminuição das condições sócio-económicas dos cidadãos».
«Esta situação está a deixar os enfermeiros preocupados por não conseguirem dar resposta aos cuidados que as pessoas necessitam, ou na iminência de não o conseguir fazer», acrescentou o SEP.
«Sendo o Poder Local o que está mais próximo da população, deverá compreender melhor a realidade e as necessidades das pessoas, razão pela qual o SEP propõe debater o Estado da Saúde, a curto e a longo prazo, nos vários Concelhos, tendo como mote a Base IX da Lei de Bases da Saúde: “Sem prejuízo de eventual transferência de competências, as autarquias locais participam na ação comum a favor da saúde coletiva e dos indivíduos, intervêm na definição das linhas de atuação em que estejam diretamente interessadas e contribuem para a sua efetivação dentro das suas atribuições e responsabilidades.”», consideram os sindicalistas.