Uma candidatura «para os novos desafios que se apresentam às autarquias», baseada em «cuidar da cidade e dar-lhe vida», bem como na «promoção do emprego» é a proposta de António Miguel Pina para Olhão.
O candidato socialista à Câmara de Olhão apresentou oficialmente a sua candidatura numa sessão que teve lugar no Jardim Pescador Olhanense, na passada sexta-feira.
Na sessão de apresentação, o atual vice-presidente da autarquia deu a conhecer as suas propostas, caso venha a ser eleito. Já depois da sessão, António Pina falou com o Sul Informação e defendeu que «a fase das grandes obras já passou», desde logo porque não há dinheiro nem incentivos comunitários para as fazer, mas também porque «o principal já foi feito». Agora, o que é preciso é «cuidar deste grande condomínio que é o concelho», considerou.
«Queremos garantir que o espaço público está limpo e aprazível», algo que passa também pela reabilitação urbana. Neste campo, António Pina considerou que uma aposta cada vez maior na promoção da veia turística de Olhão vai dar uma forte ajuda.
«Não temos intenção de aumentar o perímetro urbano. Aliás, nos últimos tempos, a regeneração urbana tem sido muito impulsionada pelo turismo [residencial]», uma vez que quem compra uma segunda casa na cidade prefere ficar perto do centro e da Ria Formosa, onde as casas são, predominantemente, mais antigas.
Além das ações de embelezamento do concelho, António Pina também defende que é preciso «dar-lhe mais vida», algo que se consegue «impulsionando o movimento associativo ligado ao desporto e à cultura do concelho».
A este desafio, junta-se outro mais ambicioso e, como tal, que se adivinha mais difícil de colocar em prática. Estimular a criação de emprego é hoje um desígnio nacional e Olhão, que tem uma das mais elevadas taxas de desemprego do País, partilha-o. Isto não significa, realçou o candidato socialista a Olhão, que se corte nos apoios sociais, embora esta seja também uma forma de diminuir a necessidade de os prestar.
António Pina tem um plano para estimular o crescimento do emprego, que assenta na criação de «uma agência de desenvolvimento» para o concelho, que trabalhe, essencialmente, em três frentes.
«A primeira coisa é garantir que juntamos as pessoas que têm boas ideias de negócio com quem tem dinheiro para investir», ilustrou. Nesse campo, a futura agência iria servir de ponte entre ambas as partes.
Num segundo plano, a estrutura a criar deverá «ser uma porta aberta entre a câmara e o mundo empresarial», que permita arranjar soluções rápidas para os problemas que possam surgir, dentro da esfera de competências da autarquia, de modo a não “espantar” investidores.
A terceira grande atribuição da Agência de Desenvolvimento seria «a diplomacia financeira», de modo a tentar captar investimento vindo de além fronteiras. António Pina realçou as potencialidades de Olhão, quer no setor marítimo, quer no agrícola e defende que ações orientadas «em todo o mundo, mas principalmente na Europa» podem levar a casamentos felizes.
António Pina quer criar um Plano de Desenvolvimento Turístico da Ilha da Armona
Falando na principal indústria da região, o Turismo, António Pina defendeu uma maior atenção a mobilidade e a promoção do acesso mais rápido e confortável às zonas balneares do concelho, nomeadamente à Ilha da Armona, a partir da cidade de Olhão. Assim, uma das ideias é avançar com «um Plano de Desenvolvimento Turístico da Ilha da Armona».
«Temos de ter melhores transportes e mais rápidos. Também temos de facilitar o acesso entre a Ria e a costa», para aqueles que escolham esta zona balnear.
António Pina aproveitou para lançar críticas ao Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos, entidade que está em processo de extinção mas que foi até há alguns meses a responsável pela gestão da Zona Ribeirinha. No caso de Olhão, o candidato do PS defendeu que a gestão desta área deve «passar para a autarquia».
«Há dois anos que temos aquele que poderia ser o segundo “hotel” de cinco estrelas de Olhão metido na gaveta», acusou, referindo-se ao Porto de Recreio de Olhão. O concurso para a consignação da gestão deste “hotel” teve lugar «há dois anos, mas ficou metido numa gaveta», depois de um consórcio «do qual a Câmara faz parte» o ter ganho.