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Os concertos de Ricardo Ribeiro e Diabo na Cruz, que marcaram ontem à noite – e esta madrugada – a abertura do Festival Sons do Atlântico, no Pavilhão do Arade, tiveram pouco, mas entusiasmado, público e mereciam muito mais.

Ricardo Ribeiro cantou o fado tradicional, acompanhado com um excelente trio de guitarra e violas, onde um dos executantes tinha 94 anos. O fadista tinha, no concerto, uma falange de apoiantes convictos, entre os quais se encontrava um norueguês que costuma promover espetáculos de fado no seu país e em cuja casa, no Algarve, Ricardo Ribeiro iria pernoitar hoje.

O fadista interpretou alguns dos maiores êxitos do seu disco atual (“Largo da Memória”) e anterior, bem como êxitos seguros, como «Nem às paredes confesso», cantado em uníssono com a plateia. E foi aqui que Ricardo Ribeiro deu um ar da sua graça, imitando na perfeição outros fadistas, como Tony de Matos, Rodrigo, João Braga, António Zambujo e até Maria da Fé, arrancando aplausos e gargalhadas ao público.

O concerto (quase) terminou com um arrepiante «Fado do Alentejo», onde o artista mostrou toda a amplitude da sua voz, mas também demonstrou como as raízes do fado também estão, de facto, numa tradição musical árabe que nos aproxima até do flamenco.

Já passava da meia noite, quando a animadíssima banda Al-Fanfarre, com os seus instrumentos de sopro e percussão, ao estilo balcânico/Kusturica, conduziu de novo o público resistente para a sala de espetáculos onde se apresentaram depois os Diabo na Cruz. O público não era muito, mas a energia transbordante desta banda conseguiu pôr todos a pular e a dançar, apresentando os sucessos mais antigos e até, pelo menos, uma nova canção.

Ontem foi a primeira noite do Sons do Atlântico e era quinta-feira, pelo que não se registou ainda uma enchente de público. Mas o programa de hoje, que apresenta Souls of Fire e Chambao no palco principal promete levar mais gente ao festival que, devido à instabilidade do tempo, teve que se mudar da praia da Angrinha, em Ferragudo, para o Pavilhão do Arade, no Parchal.

A acompanhar a música há algum artesanato (pouco), petiscos, com destaque para os da Casa Grande de Ferragudo, e surpresas, como a oferta, logo à entrada, do novo “pikiwine”, um produto 100% algarvio que promete fazer as delícias de quem aprecia vinhos com outros sabores. Dizem que o pikiwine de chocolate, que hoje será oferecido, é uma delícia!

Os bilhetes custam oito euros e podem ser comprados no local. Os concertos principais começam às 22h00 e à meia noite, mas antes disso há muita música no palco2, junto à zona dos petiscos e do artesanato. Estacionamento não falta, frente ao Pavilhão do Arade. Ou seja, estão os ingredientes prontos para mais uma grande noite dedicada às “músicas do mundo”, em Lagoa.

sulinformacao

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