O Tempo – Teatro Municipal de Portimão dedica uma semana inteira à música portuguesa, que começa esta segunda-feira, dia 3, e se prolonga até dia 8 de outubro. E o convidado especial é o acordeão.
«Em outubro, dedicamos uma semana à música portuguesa. Sem pretensões de mostrá-la na sua riquíssima variedade, optámos por tomar como fio condutor um instrumento emblemático da música tradicional algarvia – o acordeão», explicam os responsáveis pela programação do Tempo.
Assim, o Rancho Folclórico da Figueira foi convidado a pisar o palco do Grande Auditório no dia 5 de outubro e a partilhá-lo com os Marenostrum, uma banda que funde a música tradicional algarvia com sonoridades de todo o mundo. Neste concerto, a banda apresenta novos temas, num espetáculo onde participam criadores de outras áreas.
No dia 7, às 21h00, a Semana da Música Portuguesa deixa o território do Algarve e procura perceber, com o documentário de Tiago Pereira, se há uma resposta para a pergunta: como seria a música portuguesa se gostasse dela própria?
Trata-se de «uma viagem pela génese da música portuguesa, que convoca mestres conhecidos e desconhecidos da música tradicional».
Esta será uma boa introdução para o projeto dos Lufa-Lufa que a partir de composições para concertina, apresentam um espetáculo que é muito mais do que um simples concerto. É também no dia 7, às 22h00, no Café-Concerto do Tempo.
Por seu lado, nos dias 7 e 8 de outubro, a Oficina do Espetador dedica, ao público jovem as paisagens sonoras criadas por Fernando Mota em Motofonia, e convida o público de todas as idades a aprender algumas danças tradicionais portuguesas para que não caiam no esquecimento.
A programação termina, no dia 8de outubro, às 21h30, com a apresentação de Alento, o novo trabalho dos Danças Ocultas.
No final ficarão certamente as memórias do acordeão de João Frade, Luís Rodrigues, Inácio Gargalo, Bruno Marreiro, Artur Fernandes, Filipe Cal, Filipe Ricardo, Francisco Miguel e da concertina de Ricardo Rocha.
Terminada esta Semana da Música Portuguesa, o Tempo apresenta, ao longo do mês de outubro…mais música portuguesa. Assim, no dia 21 de outubro, 22h00, Os Eléctricos apresentam-se no Café-Concerto, com a sua pop de ouro à moda dos anos 40 e 50.
No dia seguinte, às 21h30, no Grande Auditório do Tempo, as portas abrem-se para o Festival Acústico Alvor FM, para receber em palco os Nome, JWhite, 3:33, Black Puzzle e Luís Antunes.
PROGRAMAÇÃO DE OUTUBRO:
WORKSHOP
3 a 5 de outubro, das 18h30 às 20h30
Workshop de danças tradicionais portuguesas
Orientação: Sofia Matias
Local: Sala de Ensaios
Preço: 20,00€
Dos Arquinhos à Picadinha, do Fado de Espinho à Saia da Carolina, neste workshop será mostrada a diversidade e a alegria presente nas danças tradicionais portuguesas. Um convite para uma viagem pelo país através da dança para descobrir que o Norte e o Sul do País não são assim tão diferentes.
MÚSICA
05 Outubro, 16h00
TRILOGIA DO MAR
Marenostrum
1ª parte: Rancho Folclórico da Figueira
Local: Grande Auditório
Preço: 10,00€. Jovens até 30 anos: 5,00€
Banda algarvia da região de Tavira, os Marenostrum apostam numa sonoridade que funde características da música popular portuguesa, em particular do Algarve, com influências que vão desde a música árabe do Magreb até às tradições celtas, africanas e Klezmer.
A originalidade do seu som assenta na convivência da guitarra acústica, bandolim, bateria, percussão, acordeão, baixo elétrico, guitarra elétrica, saxofones e flautas.
Os Marenostrum falam de sentimentos e das vivências plenas de riqueza de quem vive o mar e transportam o público para o espírito original das festas populares de outrora que se realizavam tanto no litoral como na serra algarvia, com ritmos contagiantes e melodias alegres.
Fundado em 1976, e atualmente presidido por Joaquim Correia, o Rancho Folclórico da Figueira, aldeia do concelho de Portimão, retomou antigas danças, melodias e trajes comuns das actividades típicas do final do séc. XIX, inícios do séc. XX.
Apostando sempre na valorização da cultura e tradições regionais algarvias, o Rancho Folclórico da Figueira utiliza os instrumentos mais característicos da região, o acordeão e os ferrinhos, recriando as sonoridades originais do corridinho, bailes de roda e baile mandado, géneros de dança revividos pelo grupo.
MÚSICA
07 de outubro, 10h00 e 14h00 (escolas) e 08 de outubro, 16 h00 (famílias)
Motofonia
Artista: Fernando Mota
Local: Black Box
Preço: Dos 6 aos 16 anos: 2,50€ | Restante público: 5,00€
Os sons contam histórias que nem sempre precisam de palavras. Levam-nos a sítios, dentro de nós, onde nunca antes estivemos. Se imitarmos o som do pássaro a cantar, conseguiremos voar? Fazemos perguntas, experimentamos e deixamo-nos levar.
Motofonia é um solo musical poético para todos, que utiliza elementos naturais e objetos para desenhar uma viagem sonora e visual, conduzida por Fernando Mota, artista sonoro, multi-instrumentista e compositor.
Fernando Mota sempre teve um fascínio pela transformação de objectos do quotidiano em instrumentos musicais, em objetos sonoros, mecanismos que além de serem geradores de som, funcionam também enquanto engenhos cénicos comunicantes pelo seu lado visual e simbólico.
Através de um loop sampler grava, reproduz e sobrepõe, em tempo real, qualquer som, criando paisagens sonoras, construções rítmicas, coros ou diversas camadas de ‘silêncio’.
DOCUMENTÁRIO
07 de outubro, 21h00
Significado – a música portuguesa se gostasse dela própria
De Tiago Pereira
Local: Pequeno Auditório
Preço: 2,00€
Tiago Pereira reúne os interesses musicais de quatro irmãos, fundadores da Associação Cultural d’Orfeu, em Águeda, que encomendou o filme, como ponto de partida para aprofundar a génese da música tradicional portuguesa, colocando a pergunta: como seria a música portuguesa se gostasse dela própria?
Vários nomes da cultura tradicional (Júlio Pereira, Victor Rua, Carlos Guerreiro entre outros) trazem os traços essenciais do fazer música tradicional em Portugal.
O percurso dos quatro irmãos é trazido em contexto com a realidade de um país a re-descobrir as suas raízes. Descobre-se a improvisação do Bitocas, a mestria do Rogério Fernandes, a irreverência do Luís Fernandes e a exploração sonora do Artur Fernandes. Ouve-se os intervenientes da história, e percebe-se de onde veio a obra, quem inspirou, ensinou e acarinhou as raízes da casa.
Nesta travessia de história, o espetador é convidado a entender o processo essencial que marca a identidade da d’Orfeu enquanto fazedor de cultura: a contemporização das coisas da tradição. A sobreposição de melodia tradicional com melodia contemporânea, o explorar do instrumento abandonado no preconceito, a recolha e a descoberta, a captação de novo público.
Significado… representa um desafio, o de compreender a música portuguesa, e uma afirmação, a de que a música portuguesa está de boa saúde, recomenda-se e gosta de si própria.
MÚSICA
07 de outubro, 22h00
Lufa-Lufa
Local: Café Concerto
Preço: 2,00€
A partir de composições para a concertina, os Lufa-Lufa apresentam o álbum de estreia Foledad, onde a percussão, a melódica, o jogo de sinos, martelinhos de S. João e uma marioneta se tornam elementos cruciais num espetáculo musical, visual e cénico.
Ao vivo, os Lufa-Lufa conquistam o espetador com muito sentido de humor, um cenário próprio e histórias paralelas que transportam por paisagens imaginárias…
MÚSICA
08 de outubro, 21h30
Danças Ocultas – Apresentação do álbum Alento
Local: Grande Auditório
Preço: Plateia: 12,00€ | Balcão: 10,00€
Alento é o título do novo trabalho dos Danças Ocultas, um disco que celebra a carreira internacionalmente aplaudida deste coletivo, dando o mote a uma nova tour que inclui uma passagem pelo Grande Auditório do Tempo.
Os Danças Ocultas utilizam o acordeão diatónico, vulgo concertina, para dar sopro às suas composições, distinguindo-se não só pela formação singular mas, sobretudo, pela profunda originalidade da música que criam.
O ano de 2010 foi especial para o grupo, cabendo-lhes a honra de encerrar o WOMEX, o mais prestigiado certame internacional dedicado à world music, com uma atuação numa das melhores salas da Europa, o Koncerthuset, em Copenhaga.
Os aplausos para o reportório incluído em Tarab, o seu registo anterior, são unânimes por todos os países onde apresentam a música que criam, uma sonoridade sem paralelo por nela se escutar a profunda alma portuguesa mas também ecos do Oriente, de África e de outras latitudes, ecos do mundo.
Por ser tão especial, a música dos Danças Ocultas tem estado na base de diversos convites. Os corpos de ballet de Lorraine ou, em Portugal, da Gulbenkian já traduziram em palco e em movimentos físicos a beleza invisível desta música profundamente emotiva.
MÚSICA
21 de outubro, 22h00
Os Eléctricos
Local: Café-Concerto
Preço: 2,00€
A pop de ouro à moda dos anos 40 e 50 é recuperada e renovada. Toca-se o swing, o fado, os blues, o ié-ié e o rockabilly. Revivem-se nomes como Francisco José, Beatriz Costa, Mirita Casimiro, Elvis Presley, Tony de Matos, João Villaret e Chuck Berry, entre muitos outros.
Os Eléctricos são uma novíssima banda pop, com uma portugalidade bem bonita e assumida, estética revivalista, e um coração, enorme, onde cabem muitas músicas do mundo. Reinventam um tempo e as suas melhores canções, e acrescentam os seus originais, inspirados nos dias eldorados dessa música tão popular e nostalgicamente urbana.
MÚSICA
22 de outubro, 21h30
Festival Acústico Alvor FM
Local: Grande Auditório Nuno Mergulhão
Preço: Entrada gratuita mediante levantamento prévio de bilhete.
O Tempo acolhe a 3ª edição do Festival Acústico da Alvor FM, um festival que pretende juntar no mesmo palco músicos e bandas com projeção nacional e nomes que se destacam na região algarvia.
Depois do sucesso das edições anteriores, o Grande Auditório do Tempo terá certamente casa cheia, este ano, para receber os Nome, JWhite, 3:33, Black Puzzle e Luís Antunes.