Trabalhadores do Instituto da Segurança Social reuniram-se ontem, quarta-feira, frente ao centro distrital deste organismo, em Faro, para protestar contra a requalificação profissional (passagem à mobilidade especial) de 196 funcionários, atualmente em execução na Segurança Social, «que marca o início do processo anunciado pelo Governo de despedimento de 700 trabalhadores» deste instituto público.
No Algarve, aderiram à iniciativa nacional «Abraço à Segurança Social», convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (SINTAP), com o apoio da intersindical UGT, cerca de 200 pessoas.
«Os trabalhadores que formaram o “Abraço à Segurança Social”, em Faro, demonstraram, desta forma, preocupação e solidariedade na defesa dos postos de trabalho no Instituto da Segurança Social, em especial dos colegas que, no Algarve, foram considerados excedentes e atirados para a requalificação (mobilidade especial) sem respeito pelos seus direitos laborais», descreveu o SINTAP/Algarve, numa nota de imprensa.
A mobilização de cerca de duas centenas de trabalhadores foi realçada pelo coordenador regional deste sindicato João Barnabé, que revelou que, no Algarve, «muitos trabalhadores agora envolvidos na requalificação profissional estariam a desempenhar funções superiores às da sua categoria profissional, sendo incompreensível que, como agradecimento pelos longos anos de serviços prestados a auferirem abaixo do que mereciam, a Segurança Social lhes entregue uma notificação para passarem para o processo de requalificação».
Já Daniel Santana, da UGT-Algarve, que apoiou a iniciativa realizada a nível regional, classificou a requalificação anunciada pelo Governo de não ser mais do que «um despedimento coletivo de funcionários públicos à revelia dos sindicatos». Ainda assim, mostrou-se esperançado de que o processo ainda possa ser invertido.
No âmbito da ação «Abraço à Segurança Social» já foram realizados diversos plenários de trabalhadores, bem como um abaixo-assinado e uma petição pública em curso, «através das quais pretende sensibilizar o Governo e os deputados da Assembleia da República para a necessidade de proteger os postos de trabalho em causa e a Segurança Social Pública».