Um terço das pessoas que deram sangue em agosto na campanha “Dador-Salvador” fizeram-no pela primeira vez, duplicando a taxa atual de novos dadores, revelou hoje o presidente do Instituto Português do Sangue (IPS).
Os resultados da campanha, hoje apresentados, indicam que mais de 3.000 pessoas se inscreveram para dar sangue nas unidades móveis instaladas em cinco praias nacionais e numa feira algarvia (a Fatacil), entre 1 e 31 de agosto.
Contudo, apenas 2.315 – das quais 914 são novos dadores – puderam efetivamente dar sangue, explicou o presidente do IPS, Álvaro Beleza, considerando que as expetativas foram superadas.
No topo do “ranking” das unidades móveis que mais colheram sangue está a da Póvoa de Varzim, onde houve 892 inscritos embora as colheitas se tenham cingido a 613 dadores, dos quais 469 o fizeram pela primeira vez.
Nas praias algarvias de Monte Gordo e Quarteira e na unidade montada na Fatacil, em Lagoa, o número total de dadores também duplicou relativamente à última campanha que decorreu na região, precisou o médico.
Segundo Álvaro Beleza, o sucesso da iniciativa pode, em parte, ser explicado pelo facto de em alturas de crise “os portugueses serem mais solidários”, uma vez que, diz, dar sangue é um “ato de grande generosidade”.
“Dar sangue é um ato de grande entrega, é diferente do que comprar mais arroz no supermercado para dar ao Banco Alimentar”, frisou, lembrando que uma das vantagens para os dadores é o facto de automaticamente fazerem um “check-up”.
Um dos objetivos da campanha era sensibilizar os mais jovens para dar sangue, já que a idade média dos dadores é de 50 anos, contudo, ainda não foi possível estimar qual a percentagem de jovens abrangidos nesta campanha.
De acordo com o presidente do IPS, as reservas nacionais de sangue têm níveis satisfatórios e o que é necessário é sobretudo “baixar a idade dos dadores, fidelizá-los e melhorar os processos de transfusão”.
Álvaro Beleza acrescentou ainda que a campanha teve um efeito multiplicador já que muitas pessoas se dirigiram aos hospitais também para dar sangue, caso do Amadora-Sintra, onde agosto foi até agora “o melhor mês do ano”.
A ideia é manter a campanha no próximo verão, estando igualmente previstas ações para o arranque do ano letivo de forma a incentivar os universitários a doar sangue, concluiu.