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O ministro da Educação Nuno Crato elogiou ontem o esforço feito pela Universidade do Algarve na procura de receitas próprias e por ter já avançado para a definição das áreas âncora e para a elaboração de uma estratégia de internacionalização, medidas que considerou fundamentais para o futuro das Instituições de Ensino Superior (IES) públicas.

O membro do Governo esteve ontem na Universidade do Algarve para participar na cerimónia dos 33 anos de vida da instituição e ainda ouviu algumas palavras críticas em relação aos cortes no orçamento decretados pelo Governo.

Mas, pelo menos da parte do Reitor da UAlg e depois de uma breve descrição de quais os principais problemas com que as universidades públicas se têm debatido nos últimos anos, a opção foi a de entender «o passado como matéria dada», no dia de aniversário.

«Sublinho apenas que sem estabilidade institucional e sem clara estratégia financeira, de preferência com carácter plurianual, a vida das universidades correrá sérios riscos», considerou João Guerreiro.

À margem da sessão, Nuno Crato considerou a questão do financiamento encerrada, depois de o Governo ter decidido afetar mais 45 milhões do que estava inicialmente previsto ao bolo do financiamento das universidades.

Falta agora saber como esse bolo vai ser distribuído pelas diferentes instituições. No caso do Algarve, João Guerreiro estima que os cortes, que sem este reforço atingiriam 12 por cento em relação a este ano, deverão fixar-se em valores próximos dos 5 pontos percentuais.

Já o presidente da Associação Académica da UAlg lembrou o aumento das receitas próprias que tem sido conseguido, apesar da crise, «para combater os cortes sucessivos do ministério que tutela o Ensino Superior».

«A rede de ensino superior terá de ser uma bandeira na próxima agenda política. A sobrevivência e o desenvolvimento das IES dependem claramente de uma reforma profunda que não tem sido prioritária», considerou o representante dos estudantes algarvios.

Algo que tem sido uma preocupação, «e muito bem», do Conselho Geral da Universidade do Algarve, com o trabalho de definição de estratégias e áreas ancora que levou a cabo, terminado este ano.

A oração de sapiência, proferida pelo Professor catedrático do Instituto Superior Técnico Jorge calado, andou longe do tema da crise, pelo menos da financeira. O destacado académico optou por falar da ligação entre a ciência e a arte e na estreita relação entre os processos de criação em ambas as áreas.

Uma intervenção onde Jorge Calado não dispensou a música, neste caso uma valsa de Strauss, que se teve de conter para não dançar, como confessou a rir. Uma lição bem disposta do químico português e passível de colocar a pensar os investigadores da UAlg quanto à sua relação com as suas criações.

 

Noite de muitas distinções

O aniversário da Universidade do Algarve serviu, como é habitual, para atribuir distinções. Em 2012 houve novidades, nomeadamente o lançamento da Medalha de Mérito da Universidade e da atribuição do título de Professor Emérito, que distingue professores catedráticos e coordenadores principais, jubilados ou aposentados, pelo relevante contributo dado ao avanço da ciência e da cultura e pelos serviços prestados à comunidade.

A primeira Medalha de Mérito da UAlg foi atribuída ao coronel José Rosa Pinto, militar já aposentado que é também um naturalista por paixão e um profundo conhecedor da flora do Algarve. Já há anos que o agora distinguido estabeleceu uma estreita colaboração com a Faculdade de Ciências e Tecnologia da universidade algarvia.

«Atividades práticas de campo, publicações científicas, envolvimento em projetos de investigação e constante disponibilidade para as diversas atividades de divulgação científica, caracterizam o percurso deste professor convidado. A juntar a tudo isto, surge o trabalho diário que desenvolve no ALGU- Herbário da Universidade do Algarve, onde assegura a sua atualização e manutenção», descreveu a UAlg.

O título de professor Emérito foi atribuído a José Horta Correia pelos serviços relevantes que presta à História e à Cultura Portuguesa e à Universidade do Algarve. «Nesta instituição foi um dos fundadores do curso de Património Cultural (1999), primeiro no género em Portugal, e foi o responsável pelo mestrado em História da Arte Portuguesa», revelou a universidade.

«No seu importante percurso, que muito contribuiu para a consolidação e divulgação de toda uma História do Algarve, incluem-se a participação em projetos de investigação, a orientação de vários trabalhos de investigação e a autoria de publicações nacionais e internacionais. O olhar sobre o urbanismo da sua cidade natal, objeto de estudo da sua tese de doutoramento – “Vila Real de Santo António. Urbanismo e Poder na Política Pombalina” – valeu-lhe, em 1997, o Prémio Gulbenkian de História da Arte», acrescentou.

Foram ainda atribuídos prémios aos diplomados com mérito no ano letivo de 2010/2011, nomeadamente os Prémio Caixa Geral de Depósitos, Prémio BPI e Prémio APECA. Estas distinções, de valores distintos, são atribuídos aos estudantes finalistas com as médias mais altas de diversas Unidades Orgânicas da UAlg.

Como é habitual, também foram formalmente atribuídos os doutoramentos concluídos ao longo deste ano e distinguidos funcionários da UAlg pelos serviços prestados à instituição.

 

UAlg com reorientação estratégica em curso

O 33º aniversário da Universidade do Algarve serviu para lançar o renovado site da instituição. Uma página «concebia e executada com recursos próprios» e que pretende ser mais uma ferramenta de divulgação da Universidade, bem como de atração de estudantes.

«Esta mudança pretende contribuir para modernizar o quadro simbólico que caracteriza a Universidade e facilitar o acesso do exterior às diversas fontes de informação que percorrem o acervo de atividades desenvolvidas», disse João Guerreiro.

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