Vieram à região para conhecer e aprender, mas também para sugerir e ensinar. Os parceiros da Universidade do Algarve (UAlg) no projeto «Wealth- Promoting Local Sustainable Economic Development», vindos de diversas regiões da bacia do mediterrâneo, passaram esta semana a conhecer a região algarvia e alguns dos projetos diferenciadores aqui existentes, no que ao desenvolvimento sustentável diz respeito.
O CRIA – Divisão de Empreendedorismo e Transferência de Tecnologia da UAlg, através do qual a universidade algarvia participa neste projeto, foi o anfitrião de um grupo que juntou elementos vindos de Israel e Itália. O projeto «Wealth» também integra uma associação da Palestina, mas os seus representantes não puderam estar presentes.
Esta parceria mediterrânica pretende abordar o tema do desenvolvimento económico sustentável local, numa ótica transversal, avaliando parâmetros como os indicadores de qualidade de vida, as dietas regionais, o turismo sustentável e as indústrias culturais e criativas existentes numa determinada região.
Desta vez, os parceiros juntaram-se no Algarve, mas já tinham estado juntos noutras regiões. «Esta é já o terceiro congresso que estamos a fazer. Já estivemos junto de outros parceiros. Durante uma semana, vamos mostrar um conjunto de boas práticas em toda a região», revelou o diretor do CRIA Hugo Barros ao Sul Informação.
Logo na segunda-feira, dia de acolhimento, os convidados tiveram a oportunidade de conhecer a universidade, mas também a Vila-Adentro de Faro.
«Também os iremos levar a São Brás de Alportel para ficar a conhecer a Nova Cortiça e as novas aplicações que são dadas a um produto tradicional. Iremos estar com a associação Casas Brancas, em Vila do Bispo, numa ótica de turismo sustentável. E há um conjunto de produtores que irão conhecendo, para partilha de boas práticas, sempre no campo do desenvolvimento local», disse o diretor do CRIA.
«Queremos ir para além do website e do relatório, sair e conhecer as pessoas. Queremos ouvir quem está no terreno e aquilo que têm a dizer sobre o que tem sido o trabalho do CRIA, da Universidade ou da CCDR, como é que as estratégias têm sido transpostas para o terreno, o que tem corrido bem e mal e como podemos otimizar os processos naquilo que é fundamental: o desenvolvimento económico com base em produtos locais», considerou Hugo Barros.
No mesmo dia, os parceiros do «Wealth» que visitaram o Algarve, ficaram a conhecer representantes de diversos projetos e associações, bem como um pouco da gastronomia típica algarvia, num evento que teve lugar no restaurante e espaço de divulgação da cultura da região Tertúlia Algarvia, na Cidade Velha de Faro.
Presentes, estiveram representantes de entidades como a RTA e a CCDRA, do Projeto TASA e da associação In Loco, entre outros. Este “welcome drink” acabou por se focar muito na promoção de sinergias. «Julgo que é exatamente esse o conceito. Ninguém está aqui só para ensinar ou só para aprender, estamos aqui para trocar experiências», ilustrou Hugo Barros.
O «Wealth» é uma iniciativa desenvolvida ao abrigo do Programa ENPI CBC Mediterranean Sea Basin, sendo a parceria constituída por New Israel Fund – Shatil [Israel, Parceiro Líder], Lunaria [Itália, Lazio], Universidade do Algarve, CRIA [Portugal, Algarve], Região de Puglia – Department for Policies Related to the Promotion of Territory, Know-how and Talents [Itália, Puglia], Shiraa Association for Development [Palestina], contando ainda com o envolvimento da New Economics Foundation [Inglaterra].
«Temos um parceiro israelita, uma associação não-governamental que tem trabalhado muito ativamente em diversas áreas. Temos uma associação da Palestina, que também tem um conceito muito interessante: estão a apoiar empresários e empreendedores, em zonas desfavorecidas, atuando no desenvolvimento local», segundo Hugo Barros.
De Itália, chegaram dois parceiros, um de Roma e outro da região de Puglia. «Puglia é uma região muito caracterizada pelas indústrias criativas, que é um muito bom exemplo e um outro parceiro de Roma, o Lunaria, uma associação sem fins lucrativos que trabalha muito aqueles indicadores, para além do PIB, que devem ser caracterizadores do desenvolvimento económico»