O Governo já esclareceu que a entidade responsável pelos Serviços de Urgência Básica, na região, é o Centro Hospitalar do Algarve. O secretário de Estado da Saúde clarificou esta questão, que tem afetado o funcionamento deste tipo de unidade de saúde da região, num despacho emitido no final de maio, a que o Sul Informação teve acesso.
Esta garantia já vem sendo dada pela Administração Regional de Saúde do Algarve desde que os problemas neste tipo de unidades de saúde começaram a ocorrer, há alguns meses, mas só agora há um esclarecimento da parte do Governo, ainda que não tenha sido tornado público. Desde a falta de médicos, que impedem o serviço de urgência de abrir, à carência de enfermeiros e de auxiliares de saúde, as falhas têm sido variadas e regulares.
O presidente da ARSA João Moura Reis falou com o Sul Informação, esta quarta-feira, dia em que o SUB de Loulé voltou a ter de fechar, por falta de comparência do médico que estava escalado para entrar às 8 horas, como havia acontecido ontem. Os presidentes das Câmaras de Loulé e São Brás de Alportel, que esta terça-feira já haviam considerado a situação «inaceitável», protestaram de forma bem original, mudando, simbolicamente, os seus “gabinetes” para a porta do SUB de Loulé.
Uma situação que este responsável garantiu já ter sido resolvida, estando já «dois médicos ao serviço» no turno do dia e outros dois escalados para o da noite.
«Os SUB são serviços públicos de Saúde, como tal, não podem fechar. Neste período do dia (8 às 20 horas), nós contratamos empresas de prestação de serviços, que garantem os médicos para fazer o serviço. Mas grande parte destas empresas falham e deixam-nos “descalços”, em cima do acontecimento», revelou.
Terá sido isso que aconteceu nos últimos dois dias, o que levou a ARS a mudar de “fornecedor” de médicos. «A solução está encontrada. Fui eu que telefonei ao presidente da Câmara de Loulé, para o informar das diligências que estava a tomar para resolver a questão. A partir de amanhã, será uma nova empresa a assegurar este serviço», disse.
Moura Reis: Os SUB são serviços públicos de Saúde, como tal, não podem fechar
Tendo em conta que há uma deliberação do ministério, fica pouco claro qual a razão que leva o CHA a não assumir a responsabilidade pelas SUB da região. «É um facto que a situação é um bocado estranha, ainda mais para quem está fora do âmbito. Temos tido algumas divergências, estamos a trabalhar nisso e de certeza que a situação ficará resolvida. Estamos a ultimar as negociações e esperamos que o Centro Hospitalar do Algarve, num curto espaço de tempo, assuma aquilo que foi estipulado pela tutela», disse João Moura Reis.
No Serviço Nacional de Saúde, há uma separação entre a Rede Hospitalar de Urgência e Emergências, na esfera dos hospitais e os Cuidados de Saúde Primários, a cargo das Administrações Regionais de Saúde. Os Serviços de Urgência Básica estão inseridos na primeira.