O primeiro-ministro Pedro Passos Coelho voltará a receber, no dia 22 de Agosto, às 16h30, a já tradicional visita de protesto da comissão de Utentes da Via do Infante à sua casa de férias, na Praia da Manta Rota. Desta vez, não haverá «aparato ruidoso», por respeito à condição da esposa do líder do Governo.
Depois de no passado fim-de-semana terem estado na Praia da Coelha, em Albufeira, para «agradecer», de forma irónica, ao Presidente da República Cavaco Silva e dele se despedir, os ativistas anti portagens procurarão entregar «uma carta de despedida» a Passos Coelho, na esperança que este falhe a reeleição nas Legislativas de Outubro.
A CUVI não esconde que deseja que «a partir de 4 de outubro todo o seu governo, (incluindo o 1º ministro), faça uma boa viagem para outras paragens, pois não deixa qualquer saudade ao Algarve». «A deslocação da CUVI e a entrega da carta serão feitas de forma discreta e sem aparato ruidoso, tendo em conta as circunstâncias do momento e que a Comissão de Utentes respeita», acrescentou a comissão.
O anúncio de nova ida à Manta Rota foi feito, ontem, segunda-feira, dia que, para a CUVI «fica marcado por mais uma tragédia na EN 125, com mais 3 vítimas mortais e um ferido grave». «Em apenas 15 dias a “estrada da morte” já provocou 6 mortos e vários feridos graves», lembram.
«Independentemente da requalificação da EN 125 – que deve ser feita na totalidade e sem demora – impõe-se, urgentemente, acabar com as portagens na Via do Infante, levando ao fim o verdadeiro “estado de guerra” que temos no Algarve, com o seu rol de mortos e feridos», defendeu.
Na mesma nota de imprensa, a comissão de utentes faz um balanço do debate que promoveu a 14 de Agosto, em Almancil, que reuniu «cerca de uma centena de pessoas». «A conclusão a retirar deste debate é que, o que interessa verdadeiramente, não é a redução do tarifário da cobrança de portagens, como defendem o PS, PSD e CDS, mas sim abolir completamente as portagens, devido à tragédia que está a causar à região e ao contrato ruinoso que envolve a PPP, levando o Estado a transferir muitos milhões de euros para a concessionária», concluem.