A Comissão de Utentes da Via do Infante acaba de declarar «todo o governo e, muito particularmente, o 1º Ministro e o Ministro da Economia, assim como o Presidente da República» como «personas non gratas no Algarve».
A decisão foi tomada na reunião deste fim de semana em Armação de Pêra, onde os membros da Comissão discutiram a situação no Algarve este Verão com as portagens e delineou um plano de luta, para o mesmo período, com vista à suspensão das portagens.
A Comissão deliberou ainda reunir-se com todos os Grupos Parlamentares «quando for entregue a Petição, com milhares de assinaturas, na Assembleia da República, a solicitar a suspensão das portagens na A22», recordando que «o pedido de audiência à presidente do Parlamento já foi feito e espera-se que ocorra ainda neste mês de Julho».
A CUVI vai também continuar com a colocação dos memoriais ao longo da EN 125, agora na zona do Barlavento, «em memória dos que faleceram nesta fatídica via, transformada de novo na estrada da morte».
A colocação dos novos memoriais terá lugar na próxima quarta-feira, dia 11 de Julho, iniciando-se no Chinicato (próximo de Lagos), pelas 10 horas, prosseguindo depois em Lagoa, Pêra e nos acessos a Albufeira.
A Comissão pretende igualmente levar a cabo um conjunto de «ações-surpresa», envolvendo a EN 125 e a Via do Infante, enquanto continua a preparar, em conjunto com os espanhóis de Huelva, uma marcha de veículos sobre a Ponte Internacional do Guadiana, cuja data será divulgada oportunamente.
A Comissão de Utentes da Via do Infante considera que «além do agravamento da crise social e económica, com a falência de muitas empresas e dezenas de milhares de desempregados na região, a EN 125, uma autêntica “rua urbana”, transformou-se de novo numa das vias mais perigosas do país e, até da Europa».
As portagens na Via do Infante, «que continua quase deserta, já provocaram diversas vítimas mortais e muitos feridos na EN 125, onde os acidentes rodoviários se sucedem diariamente».
«Com a chegada do verão e, principalmente, do mês de Agosto com mais de um milhão de pessoas, o Algarve vai transformar-se numa verdadeira zona de guerra. Ao viabilizarem as portagens na Via do Infante, o governo PSD/CDS e o PS são os responsáveis pela “declaração de guerra” que fizeram ao Algarve, aos algarvios e a todos aqueles que habitam e visitam a região», acrescenta a CUVI.