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Os hospitais do Centro Hospitalar do Algarve contam com a Via Verde da Sépsis desde abril, nova valência que se espera que possa vir a salvar muitas vidas. Esta patologia, que já foi conhecida em tempos como «envenenamento do sangue», começa numa infeção simples, que evolui rapidamente para uma infeção corporal generalizada, que pode causar complicações de saúde graves e, muitas vezes, a morte.

Com a Via Verde da Sépsis, implementada no Algarve no âmbito de uma estratégia nacional e de acordo com recomendações da Direção Geral da Saúde, foram introduzidas nas unidades hospitalares da região um conjunto de atitudes que, caso sejam realizadas numa fase precoce da doença, reduzem a mortalidade e/ou a morbilidade. «Estas atitudes incluem a identificação e estratificação de doentes, a utilização de antibioterapia adequada e a implementação de estratégias de reanimação hemodinâmica guiada por objetivos», revelou o CHA, numa nota de imprensa.

Esta patologia é responsável por muitas mortes, no chamado mundo evoluído, nomeadamente de bebés e de crianças de tenra idade. Mortalidade que pode ser muito reduzida com a deteção precoce, daí que esta via verde venha a ser reivindicada há alguns anos pelos profissionais de saúde.

«O circuito começa na triagem com o reconhecimento, por parte do enfermeiro, dos sinais ou sintomas (que se encontram definidos num protocolo internacional) que os doentes que apresentam sépsis podem ter. Identificados estes sintomas é aberta uma via direta para este doente. O doente é instalado na antecâmara da sala de emergência, sendo de imediato acompanhado e observado por um médico do balcão que confirma esses sintomas, faz uma análise chamada gasimetria, a qual se obtiver um determinado valor cumulativamente com os sintomas que já reconheceu, permite identificar a infeção, sendo posteriormente encaminhado para a unidade de tratamento em função da gravidade da situação», descreve a diretora do Serviço de Medicina Intensiva do CHAlgarve e uma das principais impulsionadoras desta Via Verde da Sépsis no Centro Hospitalar Cristina Granja.

«Com a implementação da Via Verde da Sépsis, o CHAlgarve adotou um conjunto de mecanismos organizacionais que permitem uma rápida identificação dos sintomas e a administração atempada de terapêutica otimizada, ou seja reúne todas as condições para proporcionar uma intervenção precoce e adequada, tanto em termos de antibioterapia como de suporte hemodinâmico, o que pode melhorar significativamente o prognóstico dos doentes com sépsis grave ou choque séptico», acrescentou, por seu lado, o CHA.

Além dos benefícios em saúde para a população, esta nova Via Verde que permite uma «redução substancial dos custos para as instituições», assegura.

A Via Verde da Sépsis no CHAlgarve é constituída por uma equipa multidisciplinar, composta por médicos, enfermeiros e técnicos de diversas especialidades, sendo liderada pelo médico e coordenador Daniel Nuñez.

«Esta via verde representa mais um passo na diferenciação dos cuidados na unidade de saúde algarvia que dispõe desde há vários anos das Vias Verdes Coronária e do AVC, as quais somam excelentes resultados no tratamento dos doentes com estas patologias», concluiu o CHA.

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