As consequências do elevado consumo de sal, em Portugal, e as estratégias de intervenção e combate a esta realidade estarão no centro das atenções no «Simpósio do Sal», uma iniciativa que terá lugar esta sexta-feira, a partir das 11 horas, no Tivoli Marinotel, em Vilamoura.
O simpósio realiza-se no âmbito do 9º Congresso Português de Hipertensão da Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH), que Vilamoura está a acolher desde o dia 26 e que termina no domingo. O tema do congresso, em 2015 é «Hipertensão e o Risco Cardiovascular Global». O programa pode ser consultado aqui.
Embora a problemática do elevado consumo de sal em Portugal seja um tema recorrente nos congressos da SPH, a organização decidiu criar um evento paralelo e convidar quatro especialistas para debater o panorama geral deste fator de risco cardiovascular
O primeiro contributo será dado pelo Professor Jorge Polónia, docente na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e consultor de Medicina Interna na Unidade Local de Saúde de Matosinhos/Hospital Pedro Hispano, que considera que «o consumo excessivo de sal (em Portugal é o dobro do recomendado) deve ser encarado como uma toxicodependência, sendo bem conhecido o seu efeito tóxico, a nível cerebrovascular e a nível gástrico».
Seguir-se-á o Professor Jorge Cotter, diretor do Serviço de Medicina Interna e do Centro de Investigação e Tratamento de Hipertensão e Risco Cardiovascular do Centro Hospitalar do Alto Ave/Hospital da Nossa Senhora da Oliveira, em Guimarães, que irá expôr os resultados de dois estudos com crianças, entre os 10 e os 15 anos, onde analisou a ingestão de sal destas e dos seus progenitores.
A terceira intervenção é da responsabilidade do Professor Luís Martins, diretor do Serviço de Cardiologia do Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga/Hospital de São Sebastião, em Santa Maria da Feira, e Diretor da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Fernando Pessoa que se centra nas repercussões económicas e políticas do consumo excessivo de sal. «Se quisermos ser eficazes, a médio longo/prazo, temos de adotar uma atitude preventiva e não apenas curativa», defende o especialista.
O quarto orador convidado é Rui Cernadas, vice-presidente da Administração Regional de Saúde do Norte, que dará conta do papel do regulador, que passa por «perceber as necessidades continuadas de cuidados de saúde e adotar soluções de enquadramento legislativo ou regulamentar eficientes».