O vinho é o grande tema da edição deste ano da FATACIL, que vai decorrer em Lagoa entre 21 e 30 de Agosto, anunciou Luís Encarnação, vereador da Câmara lagoense e responsável máximo pela organização do certame.
Num ano em que o Município de Lagoa escolheu como tema para todas as suas atividades o vinho e a vinha, a feira que todos os anos traz à cidade mais de 150 mil visitantes não poderia deixar de dedicar muita atenção a um setor que já foi uma das bases da economia do concelho e agora voltou a renascer.
Mas não serão só os produtores do Algarve a estar presentes na Grande Mostra de Vinhos Portugueses. Segundo Luís Encarnação, estão já confirmadas as presenças de produtores e distribuidores do Alentejo, Península de Setúbal, Trás-os-Montes e Madeira, enquanto decorrem negociações com representantes do Ribatejo, Lisboa, Beira Interior, Dão Bairrada, Douro e Vinhos Verdes.
«A FATACIL recebe 160 mil visitantes, não só do Algarve, que podem levar os produtos que aqui se apresentam por esse país fora», sublinhou.
Luís Encarnação falava ao fim da tarde de sexta-feira, na Quinta dos Vales, do empresário alemão Karl-Heinz Stock, precisamente um dos bons novos produtores de vinho algarvio.
José Graça, diretor-adjunto da Direção Regional de Agricultura e Pescas, um dos parceiros mais antigos da FATACIL, fez questão de sublinhar: «o Algarve não é um grande produtor de vinho, somos mesmo a região vitivinícola mais pequena do país, mas produzimos vinhos de alta qualidade».
Francisco Martins, presidente da Câmara de Lagoa, acrescentaria que hoje há «novos investidores e novos produtores» no concelho, fazendo com que o vinho seja «um produto já com afirmação».
A autarquia, até no âmbito do Ano da Vinha e do Vinho, tem vindo a trabalhar com esses produtores, «numa parceria que visa dar-lhes visibilidade», criando eventos que promovam o setor.
E o que é que casa bem com bons vinhos? Cavalos lusitanos. Emídio Paias, responsável pelo setor equestre da feira, lançou o «desafio» de «tornar a FATACIL na capital do Cavalo Lusitano no Algarve» e explicou os passos que já estão a ser dados nesse sentido.
Assim, entre as novidades deste ano, na terça-feira, dia 25 de Agosto, terá lugar o primeiro concurso oficial de modelos e andamento, em parceria com a Associação do Cavalo Lusitano. Após o concurso, será contada a história desta raça única no mundo, desde a origem até à sua entrada na alta competição.
Haverá ainda um concurso de Equitação de Trabalho, modalidade na qual os portugueses são campeões do mundo, com provas de ensino, maneabilidade e velocidade.
Outra novidade, é a realização de uma prova de obstáculos, organizada em conjunto com Vilamoura, que tem grandes tradições na modalidade e ainda há pouco tempo recebeu centenas de cavalos e cavaleiros num prova internacional.
O programa do setor equestre inclui ainda uma homenagem ao criador algarvio Francisco Rocha, que é também o expositor mais antigo da feira e cujo filho já foi várias vezes campeão. Também José Matos, grande aficionado de cavalos e touros, será homenageado.
Quanto aos espetáculos, que atraem muito público ao picadeiro da FATACIL, o de abertura será inteiramente assegurado por cavaleiros algarvios, mas o destaque vai para um desfile do traje à portuguesa, apresentado e comentado por Ondina Crespo.
Ali ao lado, fica o espaço «aMARaTERRa», a grande mostra dos produtos de excelência da terra e do mar do Algarve, promovida pela Direção Regional de Agricultura e Pescas. José Graça, diretor-adjunto, anunciou que este ano volta a ser organizado o concurso de Mel, que, «no ano passado, foi um êxito em número de concorrentes e em qualidade».
Por outro lado, «porque estamos no início do novo quadro comunitário, haverá um colóquio sobre o novo PDR 2020». Este e todos os outros colóquios, palestras e conferências que integram o programa da feira voltam ao recinto da FATACIL, ao primeiro andar do restaurante principal.
Prato forte da feira é o cartaz de espetáculos. E também aqui há novidades. Para já, a 36ª edição do certame apresenta três palcos – o principal, o Lagoa, no recinto das tasquinhas, e o Cultura, junto ao restaurante principal, onde vão atuar ranchos folclóricos do Barlavento ao Sotavento algarvio.
Mas, na apresentação desta edição da FATACIL, as atenções estavam centradas no cartaz do Palco Principal. Para o apresentar, lá estava André Sardet, não na sua vertente de músico, mas de produtor de espetáculos, já que a sua empresa “Domingo no Mundo” é, desde o ano passado, responsável pelos artistas que se apresentam na montra principal da feira.
«Como em equipa que ganha não se mexe, e no ano passado já tínhamos trabalhado com a produtora do André Sardet e as coisas correram muito bem, este ano voltamos a esta parceria», disse Luís Encarnação.
«Quando eu era criança, vinha à FATACIL, que tem um património que é preciso levar para a frente, de modo a recuperar e criar novos públicos», começou por explicar André Sardet. O objetivo, reforçou, é «recuperar os públicos de antes e trazer novos públicos, mais jovens e mais famílias».
Para acompanhar a apresentação daquele que é, disse Sardet com um sorriso, «o melhor cartaz de sempre na FATACIL», havia duas surpresas – as presenças de Tatanka, dos Black Mamba, um dos grupos presentes, acompanhado por Kika, que mostrou a sua voz portentosa no concurso televisivo «Factor X». Na apresentação na Quinta dos Vales, Kika não cantou, mas irá fazê-lo depois com os Black Mamba.
E qual é, então, o cartaz? Abre no dia 21 de Agosto com Carminho, seguindo-se «Os Azeitonas» (22), David Carreira (23), The Black Mamba (24), Quim Barreiros (25), Amor Electro (26), João Pedro Pais (27), Richie Campbell (28), Daniela Mercury (29) e fechando com Anselmo Ralph (30). Uma programação para gostos variados, muito centrada nos mais jovens e nas famílias, como André Sardet tinha anunciado.
Novidade em termos de animação será a realização de um after-hours com djs, nos últimos três dias da feira, à 1h00 às 3h00. Preparem-se, vizinhos da FATACIL…
Depois de anos em que a feira era sempre a mesma coisa e foi decaindo, em número e qualidade de expositores e em visitantes, acumulando prejuízos de vulto, o presidente da Câmara Francisco Martins garante que, no ano passado, o primeiro em que o atual executivo municipal tomou conta da organização, essa tendência inverteu-se.
«No ano passado, conseguimos recuperar muito da credibilidade da feira e o ânimo que estava a ser perdido», garantiu o autarca.
De tal modo, que, em 2014, foram atingidos os 160 mil visitantes, «aumentando em mais de 50% o número de bilhetes vendidos», ou seja, «mais 32.500 bilhetes, num total de 130 mil vendidos».
Com um orçamento de 850 mil euros (igual ao de 2014), desta vez o objetivo é chegar «perto dos 170 mil visitantes e aos 700 expositores», mais 100 que no ano passado. Já confirmados, há 275 expositores do comércio e indústria, 200 de artesanato nacional e internacional, 40 institucionais, 150 do setor agro-pecuário e 35 na gastronomia. «Neste momento, temos mais de 90% dos espaços vendidos, a mais de um mês do início da feira», disse o vereador Luís Encarnação.
Mas, mais importante ainda, em 2015 haverá 40% de novos expositores («já não é o mesmo de sempre, que era uma das queixas mais frequentes dos visitantes nos últimos anos»), tendo sido feita uma «seleção muito cuidadosa dos expositores, para garantir a sua qualidade». Haverá também «mais artesãos a trabalhar ao vivo».
Os bilhetes simples diários mantêm o preço de 3,5 euros, mantendo-se igualmente o bilhete de família, para quatro pessoas, em 12,5 euros. Como novidade, haverá a pulseira válida para os 10 dias da FATACIL, que custará 20 euros.
Ou seja, não será por falta de novidades que este ano faltarão visitantes na maior feira generalista a Sul do Tejo.