Já são, há 24 anos, presença certa em Quarteira, mas este ano o desafio é ainda maior: desfilar em Lisboa, no Santo António, que sai à rua hoje, em plena Avenida da Liberdade. Do Algarve, a marcha da Rua da Cabine vai levar uma coreografia bem preparada, com os tradicionais passos de dança, e um lema cantado em hino: “Viva Quarteira!”.
Tudo começou com um convite da parte da EGEAC – Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural, que organiza as Marchas Populares de Lisboa. A entidade selecionou a marcha da Rua da Cabine (que é convidada) e agora… «vamos lá com muito prazer», diz, sorridente, o ensaiador Bruno Guerreiro, ao Sul Informação.
«Muitos destes marchantes estão comigo há muito tempo. Estamos todos entusiasmados e ansiosos. Levar a minha marcha àquele grande palco é um sonho tornado realidade», acrescenta.
Bruno está, em conjunto com a sua mãe Leonor Emídio, há 20 anos na organização desta marcha, até já teve convites para coordenar – e ensaiar – marchas lisboetas, mas recusou sempre. «Nunca aceitei porque tenho a marcha da Rua da Cabine no coração», confessa.
Naquele que é um dos últimos ensaios antes do grande dia, Bruno Guerreiro mostra toda esta paixão: vai dando indicações e corrigindo passos, acompanhando sempre de perto os seus “pupilos”. Tudo feito ao som da música.
A alegria é contagiante. Fernando Borges, pai da marchante Mariana, vai assistindo ao treino, sorridente e a cantarolar. «Tenho muita pena de não ir a Lisboa, mas infelizmente é-me impossível. Mas os padrinhos da Mariana vão lá estar!», comenta.
No total, serão 56 pessoas a desfilar na Avenida da Liberdade, com o mote “Quarteira.pt – a era das novas tecnologias”. E porquê este tema? Bruno Guerreiro explica: «estamos sempre ligados à Internet, o que já faz parte do quotidiano. É impossível ignorar isto».
Para a coreografia há, assim, duas grandes “bandeiras tecnológicas”, repletas de emojis, por exemplo. No desfile de Lisboa, haverá algumas diferenças, em relação ao que será, depois, apresentado em Quarteira, no São João e no São Pedro: o desfile será feito num espaço maior, em termos de comprimento, e não haverá a utilização de alguns adereços, como uns Iphones “a fingir”.
Com a hora do desfile lisboeta a aproximar-se cada vez mais, a marchante Verónica Martins diz estar «muito ansiosa» e… «preocupada». Mas faz logo questão de acrescentar: «Acho que vai correr tudo bem!».
Há sete anos que Verónica veste “as cores” da Cabine e revela que os treinos têm sido «muito intensivos» pois há uma «enorme preocupação para esse desfile». Quanto ao tema, «já estamos habituados a que o Bruno seja diferente e tenha sempre algo diferenciador das outras marchas», diz.
Por outro lado, Rui Miguel, também ele marchante, até já viu vídeos de algumas marchas lisboetas para avaliar como são. «Acho que estamos bastante equiparados às de Lisboa», sublinha, orgulhoso.
Mas, desfilar pela Avenida da Liberdade, não deixa de ser um desafio. «É como voltar ao nosso primeiro dia de marchas. Há sempre aquele nervosismo de não querer falhar», diz.
O «ambiente muito bom» que se vive na marcha da Rua da Cabine contribui para que tudo se torne mais fácil, apesar de existir algum «preconceito em trazer homens para as marchas», revela Rui Miguel.
A verdade é que a “Rua da Cabine” junta homens, mulheres, novos e outros (um pouco) mais velhos. Em comum, têm a paixão pela “sua” marcha, cujo nome levarão, com orgulho, a Lisboa.
“Viva Quarteira!”.
Outras atuações da Rua da Cabine:
– 23 e 28 de Junho – Calçadão de Quarteira
– 25 de Junho – Praça da República (Loulé)
Fotos: Pedro Lemos | Sul Informação