São quatro edifício distintos, mas a unidade hoteleira será apenas uma: a futura Pousada de Portugal de Vila Real de Santo António. O grupo Pestana vai investir 3 milhões de euros para reabilitar vários edifícios e criar uma unidade com três polos, cujo «fio condutor» será a Baixa Pombalina desta cidade do Sotavento.
Ou seja, o centro histórico, nomeadamente a Praça Marquês de Pombal, onde se situarão as duas estruturas principais, que albergarão os 57 quartos (114 camas) da nova Pousada de Portugal, servirá como uma espécie de “pátio” da Pousada, que os turistas que ali se alojem serão desafiados a explorar.
«A Pousada será constituída por três núcleos. Aquilo que dará continuidade e unidade à Pousada será a sua integração neste centro histórico, todo ele classificado», ilustrou Luís Castanheira Lopes, presidente do Grupo Pestana Pousadas, hoje, dia 22 de Maio, à margem da assinatura de um protocolo entre a Câmara vilarrealense e o grupo hoteleiro português, que concede a este último o direito de explorar os imóveis por um período de 30 anos, com possibilidade de renovação, a troco de uma renda mensal.
Este acordo prevê a cedência ao grupo Pestana Pousadas de quatro edifícios. Dois deles ficam frente a frente, cada qual de um lado da Praça Marquês de Pombal, e albergam, atualmente, serviços camarários (junto à CGD e junto à Igreja – serviços da SGU). Também estão incluídos a antiga sede do PCP, na rua 1º de Maio, e o antigo prédio das Salgas, na rua da Princesa.
Numa primeira fase, os investidores irão focar-se nos edifícios da Praça Marquês de Pombal e no da rua 1º de Maio (que será integrado no prédio vizinho, para formar um só núcleo), de modo a abrir a Pousada antes do Verão do próximo ano. «É um prazo arriscado [12 meses], pois não depende apenas de nós. Comprometemo-nos a apresentar um projeto de arquitetura no prazo de um mês, mês e pouco. A partir daí, tudo dependerá da celeridade com que for aprovado pela Câmara, mas não só, já que há outras entidades que se terão de pronunciar, nomeadamente os Bombeiros, na área da segurança», disse o José Theotonio, CEO e presidente da Comissão Executiva do Pestana Hotel Group.
Ultrapassada esta fase, que o grupo Pestana espera que demore cerca de dois a três meses, a obra irá para o terreno, prevendo-se que dure «seis a nove meses». «Iremos aproveitar o pátio de um dos edifícios para construir uma piscina exterior. A Pousada também terá uma piscina interior e spa», acrescentou Castanheira Lopes. Ao todo, serão criados «cerca de 30 postos de trabalho, diretos e indiretos».
Já a recuperação do antigo edifício das Salgas só acontecerá mais à frente, até porque, neste momento, «não tem telhado nem paredes, é só o chão», ao contrário dos outros edifícios, que estão «num estado de conservação médio». «Neste momento, não sabemos ainda se vamos aproveitar o edifício das Salgas para alojamento – o que permitirá criar mais sete quartos, provavelmente – ou se vamos usá-lo para zona de eventos. Ainda estamos a definir essa situação», revelou o presidente do Grupo Pestana Pousadas.
A instalação desta nova unidade hoteleira no centro histórico de VRSA resultou, segundo José Theotonio, «de um desafio que foi lançado pela autarquia». «Achámos que Vila Real de Santo António era um sítio perfeito para instalar uma Pousada de Portugal. A nossa nova visão das Pousadas passa por as instalar, desde logo, onde estão os turistas, o que acontece claramente com o Algarve. Por outro, também fazemos questão de aproveitar património que está construído e que está classificado», salientando «o trabalho que se fez» nos últimos anos, neste concelho algarvio.
Um esforço que o presidente da Câmara Luís Gomes já havia realçado durante a cerimónia de assinatura do protocolo, onde lembrou que, em 12 anos, correspondentes aos seus três mandatos enquanto edil, a autarquia investiu 120 milhões de euros em infraestruturas públicas, nomeadamente em saneamento básico e abastecimento de água, garantindo a cobertura total do concelho.
«Acho que o protocolo que hoje celebrámos aqui é a grande marca dos frutos dessa aposta. Quando um grupo destes seleciona um alvo de investimento, significa que há um conjunto de caraterísticas territoriais que levam a essa escolha. E há 12 anos ninguém ouvia falar de hotelaria de 5 estrelas em VRSA. Neste momento, temos dois projetos de cinco estrelas em curso: o Hotel Guadiana e esta Pousada de Portugal», ilustrou Luís Gomes.
«Isto é bastante gratificante para nós, autarcas. Significa que a estratégia que delineámos há algum tempo está a dar resultado», concluiu.
Veja as fotos da sessão de assinatura do protocolo:
Fotos: Ana Madeira | Sul Informação