Apenas 538 pessoas ligaram para o call center da TDT por terem ficado sem televisão, segundo dados até às 13 horas desta quinta-feira, anunciou a Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM).
No entanto, daquele universo, só 400 pessoas tinham ficado sem televisão por não se terem preparado. Os outros já tinham comprado os equipamentos, que ainda não estavam operacionais.
Estes números são considerados pela ANACOM como «muito positivos, pois representam menos de 1% das cerca de 78 mil famílias que tiveram que se preparar para receber o sinal digital».
O sinal analógico de televisão já foi desligado, até agora, em 39 concelhos de Portugal continental, repartidos por seis distritos a sul de lisboa, anunciou também a ANACOM.
No total, a população abrangida pelos dois momentos de desligamento já ocorridos, a 12 e a 23 de janeiro, ultrapassa os 750 mil habitantes, num total de mais de 300 mil famílias.
A comprovar os elevados níveis de migração para a TDT, estão, segundo a ANACOM, as vendas de equipamentos adequados a receber o sinal digital.
Durante o ano de 2011 venderam-se em Portugal mais de 808 mil televisores compatíveis com a norma MPEG4/H264, ou seja, compatíveis com a TDT. Do total, 139 mil unidades foram vendidas durante o mês de dezembro.
No mesmo período, o número de descodificadores de TDT vendidos rondou 426 mil unidades, mais de metade deste número foi vendido em Dezembro – 257 mil unidades, segundo dados da GFK.
Recorde-se que um inquérito da Marktest revelava que metade das pessoas que já tinham migrado o tinham feito através da compra de televisores, e a outra metade comprando descodificadores.
«A migração para a TDT decorre assim a bom ritmo», acrescenta a ANACOM. As pessoas que ainda não fizeram a transição devem fazê-lo atempadamente, reduzindo riscos de ficarem sem ver televisão.
O primeiro passo para preparar a migração é ligar para o nº gratuito 800 200 838 ou ir a www.tdt.telecom.pt para verificar se está numa zona com cobertura terrestre ou com cobertura por satélite.
A ANACOM recorda também que existe um programa de subsidiação para a compra de equipamentos descodificadores. Podem aceder a esse programa os beneficiários do Rendimento Social de Inserção, os reformados e pensionistas com rendimento mensal até 500 euros, e os portadores de um grau de deficiência igual ou superior a 60%. O subsídio corresponde a 50% do preço do equipamento, com o limite de 22 euros.
Os agentes locais, como as Câmaras Municipais, Juntas de Freguesia, agentes de ação social, entre outros, podem ter um papel fundamental na prestação de informação e apoio às populações, sobretudo quando se trata de pessoas mais idosas ou menos informadas. Isto mesmo tem sido revelado pela experiência de muitas autarquias.
