O conclave para eleger o novo Papa, que há de suceder a Bento XVI, foi marcado para 15 de março, adiantam as agências internacionais.
A eleição de um Papa obedece a rituais muito precisos, marcados por um clima de silêncio e segredo, previsto ao pormenor na Constituição Apostólica ‘Universi Dominici Gregis’, assinada por João Paulo II em 1996.
O próximo inicia-se após o dia 28 de fevereiro, quando tem efeito a renúncia ao pontificado anunciada segunda-feira por Bento XVI.
No início do conclave, os cardeais vão tomar Deus e os Evangelhos como suas testemunhas num juramento de “segredo absoluto” sobre todos os procedimentos que ali irão ter lugar.
50 cardeais eleitores (59 a partir do dia 5 de março) foram criados por João Paulo II e participaram na eleição de Bento XVI, Papa que criou os outros 67 cardeais com menos de 80 anos.
«Continuai a rezar pelo Papa e pela Igreja», pede Bento XVI
Bento XVI pediu hoje aos fiéis que continuem “a rezar pelo Papa e pela Igreja”. Esta foi a primeira presença do ainda Papa numa cerimónia pública, após ter anunciado a sua resignação.
“Como sabeis, decidi renunciar ao ministério que o Senhor me confiou a 19 de abril de 2005”, disse Bento XVI perante milhares de peregrinos reunidos na Sala Paulo VI, no Vaticano, ao abrir a audiência geral das quartas-feiras.
Bento XVI sublinhou que a decisão foi tomada “em plena liberdade para o bem da Igreja, depois de muito rezar” e de ter “examinado” a “consciência diante de Deus”.
O Papa frisou que está “bem consciente da gravidade” do seu ato, “mas também consciente de não estar mais em condições de desempenhar o ministério petrino com a força física e de espírito que requer”.
“Sustenta-me e ilumina-me a certeza de que a Igreja é de Cristo, o qual nunca lhe fará faltar a sua orientação e o seu cuidado”, assinalou.
“Agradeço a todos pelo amor e pela oração com que me haveis acompanhado. Continuai a rezar pelo Papa e pela Igreja”, concluiu, antes de iniciar a catequese dedicada à Quarta-feira de Cinzas, primeiro dia da Quaresma, que ocorre hoje.