Há menos mulheres europeias que homens a prever um enfraquecimento da relevância do automóvel na sociedade. Entre as mais otimistas em relação ao futuro no panorama da mobilidade estão as portuguesas (74%), juntamente com as alemãs (82%), as espanholas (82%) e as belgas (81%).
Esta é uma das conclusões da edição 2014 do Caderno Automóvel do Observador Cetelem, que este ano traça uma análise sobre a evolução do papel do automóvel.
Quando se projeta um horizonte a dez anos, os Europeus não antecipam nenhuma revolução quanto ao papel do automóvel nas nossas sociedades: para três quartos deles, o automóvel manterá um lugar pelo menos tão importante como hoje.
Contudo, um quarto dos Europeus espera uma erosão deste papel: são mais numerosos com esta opinião em Itália (37%), na Turquia (34%) e em Portugal (28%).
Dentro de dez anos, para um português em cada dois, o automóvel será ainda um bem com um único proprietário.
No entanto, alguns consideram que o automóvel poderá oscilar para a economia da partilha, tornando-se num bem possuído por várias pessoas (18%) e para um serviço, ou seja, um bem que utilizamos e pagamos quando precisarmos (29%).
Este mesmo estudo do Observador Cetelem revela ainda que os portugueses, há 20 anos atrás, encaravam o automóvel como um produto de luxo (62%) ou um símbolo de ascensão social (60%).
Atualmente, é sinónimo de liberdade, independência e autonomia (62%), seguido de perto pelo aspeto utilitário (ganho de tempo, com 49%) e 60% veem-no como um meio de transporte semelhante a outros.
Quando questionados sobre o futuro do automóvel na sociedade, os portugueses dividem-se: 46% acreditam que passará pela inovação, 39% pela velocidade/potência e 38% voltam a referir que será um meio de transporte entre outros.
As análises económicas e de marketing, bem como as previsões, para o Caderno Automóvel 2014, foram efetuadas em colaboração com a empresa de estudos e consultoria BIPE (www.bipe.com).
Os inquéritos de campo ao consumidor foram conduzidos pela TNS Sofres, durante o mês de novembro de 2013, em oito países da Europa (Alemanha, França, Itália, Portugal, Espanha, Bélgica, Reino Unido e Turquia), com amostras representativas das populações nacionais (pelo menos 600 pessoas por país), num total de 4.830 pessoas questionadas pela Internet.