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A intensidade dos tornados que, na tarde e noite de sábado, 9 de março, atingiram o litoral norte deve ter-se situado «na gama T0-T1 (escala de Torro) equivalente ao nível F0 (escala de Fujita), ou seja, tendo associados ventos máximos instantâneos até 119 km/h», revelou hoje o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), com base nos estragos verificados.

«Embora a instabilidade atmosférica não tenha sido substancial, a variação do vento numa camada muito baixa e outros mecanismos forçadores em níveis mais elevados, favoreceram a formação deste tipo de fenómeno», acrescenta o IPMA.

Este organismo explica que «durante a tarde e noite do dia 9 de março de 2013, o estado do tempo em Portugal continental foi condicionado por uma depressão centrada a noroeste da Península Ibérica, com expressão em níveis altos da troposfera e em deslocamento para Sueste».

«Esta depressão transportava na sua circulação uma massa de ar polar marítimo, moderadamente húmido, com sucessivas linhas de instabilidade embebidas», acrescenta o IPMA.

«A circulação era intensa, geralmente de Sudoeste aos vários níveis. Uma corrente de jato com orientação geral sudoeste-nordeste, situava-se sobre o centro-sul do território, forçando o escoamento em níveis elevados em particular sobre a região norte».

Neste contexto, e sobre a orla costeira da região, «a atmosfera apresentava alguma instabilidade. Observações mostram que na área, à superfície, o vento era fraco a moderado do quadrante sul, mas que, na camada entre esta e os 1000m acima, intensificava fortemente e rodava para sudoeste».

«Este tipo de variação do vento na vertical, designada em meteorologia por “veering” (rotação da direção do vento na vertical, no sentido dos ponteiros do relógio), acompanhada pela referida intensificação, terá sido decisiva para organizar a atividade convectiva», explica também aquele instituto.

«Com efeito, durante a tarde e noite do mesmo dia, diversos relatos documentados mostraram a ocorrência de diversos fenómenos do tipo tornado no litoral Norte em associação a algumas células convectivas que afetavam a região», diz ainda o IPMA.

 

Nota: a foto é da autoria de Daniel Camacho e foi publicada no site MeteoPT.

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