A globalização constitui uma força extraordinária e sem igual no que toca a benefícios.
Podemos viajar, trabalhar, estudar e viver livremente em diferentes países; podemos interagir com amigos e familiares que estão do outro lado do oceano ou do mundo através da internet; podemos partilhar ideias, culturas e experiências; os estudantes têm acesso em linha a cursos de universidades de renome um pouco por todo o mundo; a concorrência internacional e a cooperação científica aceleram a inovação; centenas de milhões de pessoas saíram do limiar da pobreza graças à globalização, além de que esta possibilitou aos países mais pobres recuperar o seu atraso, entre tantas outras vantagens.
Contudo, muitos europeus estão preocupados com o facto de a globalização gerar desigualdades, perdas de postos de trabalho, injustiça social ou uma menor privacidade.
Sentem-se, por vezes, ameaçados na sua identidade, nas suas rotinas e modos de vida. Estas preocupações devem ser reconhecidas e enfrentadas.
São prioridades fundamentais da Comissão Juncker controlar a globalização, lutar por um mundo melhor, promover normas e valores elevados dentro e fora da Europa, protegendo os cidadãos contra práticas desleais e fazer com que as nossas sociedades sejam mais resilientes e as nossas economias mais competitivas.
Sabemos que a globalização comporta exigências e desafios. Para que seja possível tirar partido das vantagens decorrentes à abertura ao resto do mundo, sem se deixar de combater as suas desvantagens, a Europa deve promover uma ordem mundial mais forte e assente em regras, deve tomar medidas firmes contra todas as práticas desleais.
Para tal, reforça-se a necessidade de uma Europa unida, já que, num mundo globalizado repleto de desafios, nenhum Estado-Membro da União Europeia (UE) por si só tem peso para afirmar e defender os nossos valores.
Além disto, as questões internacionais com as quais esta se deve ocupar não se limitam apenas à política externa e à segurança: dizem respeito, também, à cooperação para o desenvolvimento, ao comércio externo e à economia mundial, às migrações, às alterações climáticas e à política da energia.
Assim sendo, só a Europa unida se consegue afirmar num mundo globalizado, já que é certo que a globalização é importante para a economia europeia mas só poderá fazer sentido para os cidadãos se for possível repartir os seus benefícios de forma mais justa e uniforme.
No seguimento do Livro Branco sobre o futuro da Europa e com base numa análise objetiva das vantagens e desvantagens da globalização, a Comissão Europeia publicou recentemente um documento que visa lançar um debate sobre o modo como a UE e os respetivos Estados-Membros poderão influenciar a globalização, antecipando o futuro e melhorando a vida dos europeus.
Neste sentido, a Europa deverá contribuir para a revisão das regras da globalização para que o comércio livre dê lugar a um comércio (mais) justo.
Ao mesmo tempo, é necessária uma orientação das políticas para que todos e todas recebam a educação e as competências necessárias ao acompanhamento da evolução das diferentes economias.
Uma melhor redistribuição contribuirá para assegurar a coesão social e a solidariedade, dois dos princípios fundadores da nossa União Europeia, já que a globalização pode muito bem ser benéfica se for devidamente controlada.
Mas isto não significa que a solução seja o protecionismo ou, por outro lado, uma política liberal de laissez-faire, de “deixar fazer”: a UE deve garantir uma repartição mais equitativa dos benefícios da globalização, colaborando com os Estados-Membros e com as diferentes regiões, bem como com os parceiros internacionais e outras partes interessadas.
Desta forma, poderemos tirar partido da globalização de acordo com os valores e interesses europeus, de forma justa e sustentável.
Autora: Representação da Comissão Europeia em Portugal