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Sul Informação

As vacinas funcionam

Estou preocupado como pai, avô e como médico pelo aumento do ceticismo em relação às vacinas. Fico de coração partido ao saber que, nos últimos quatro meses, apenas desde o início deste ano, mais de 5.600 pessoas contraíram sarampo na União Europeia, com algumas mortes, incluindo a de uma jovem portuguesa.

As minhas mais sinceras condolências para a família e amigos.

Como Comissário europeu, fico muito preocupado, porque temos os recursos para evitar estas doenças que são muito graves.

Antes de a vacinação ser implementada de forma alargada, em 1980, o sarampo causava, todos os anos, cerca de 2,6 milhões de mortes.

É uma bênção e uma vitória que estes números sejam coisas do passado. Contudo, não podemos assumir que não temos de fazer nada para manter esta situação de melhoria da saúde pública.

Depois de um 2016 em que batemos recordes por poucos casos de sarampo, um surgimento repentino está a afetar bebés novos demais para serem vacinados, mas também adultos de todas as idades que nunca foram imunizados.

As vacinas são uma das formas mais seguras e eficientes de assegurar a saúde pública e evitar doenças que podem ser prevenidas. Nos últimos 60 anos, a imunização foi a intervenção médica que salvou as vidas de mais crianças no mundo.

Os benefícios das vacinas são factos. Não são opiniões.

As vacinas são uma das formas mais seguras e eficientes de assegurar a saúde pública e evitar doenças que podem ser prevenidas. Nos últimos 60 anos, a imunização foi a intervenção médica que salvou as vidas de mais crianças no mundo.

Os programas de imunização precisam da dedicação e apoio de toda a comunidade porque apenas conseguimos imunidade de grupo com uma alta taxa de vacinação. Existem algumas pessoas que não podem ser vacinadas por contra-ordenações médicas e isso não é um problema desde que se mantenha uma alta imunidade de grupo.

O desconhecimento e os mitos da antivacinação podem levar as pessoas a rejeitar as vacinas, o que pode causar surtos de doenças. Desconstruir estes mitos, promover argumentos científicos e assegurar que os indivíduos compreendem a importância das vacinas em todas as etapas das suas vidas é tão importante quanto promover um acesso igualitário às vacinas.

Temos de informar os cidadãos sobre os recursos de imunização que temos disponíveis, nomeadamente o Plano Nacional de Vacinação (PNV) em Portugal que é considerado um caso de sucesso internacionalmente. Os médicos e os enfermeiros estão disponíveis para esclarecer todas as dúvidas que tenham e provar que as vacinas do PNV são seguras.

Escrevi recentemente a todos os ministros da saúde da União Europeia para propor que cooperem mais nesta área, de modo a combater as dúvidas em relação às vacinas e melhorar a proporção da população vacinada. Estou disposto a apoiar os Estados-Membros para evitar a perda de vidas, melhorando as medidas de resposta ao sarampo e a outras infeções que podem ser prevenidas por vacinação.

A Comissão Europeia está neste momento a formar uma ação comum no âmbito do programa da UE para a saúde, para apoiar as ações dos estados-membros neste domínio.

E convoquei um seminário com os Estados-Membros, as partes interessadas e os intervenientes globais para debater ações de cooperação no sentido de melhorar os programas de vacinação e a administração de vacinas.

Ao apoiar o Plano Europeu de Ação para as Vacinas, o quadro de políticas Saúde 2020 e os mais recentes Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, estamos empenhados na promoção da vacinação enquanto força-motriz de uma saúde melhorada na Europa e, em geral, no mundo.

A Semana Europeia da Imunização serve para, anualmente, celebrar o progresso tremendo que tem sido feito graças às vacinas mas lembrar-nos que o trabalho está longe de estar terminado.

Convidamos todos a participar e a conhecer melhor como as vacinas funcionam através do #vacineswork.

 

Autor: Vytenis Andriukaitis, Comissário Europeu para a Saúde e Segurança Alimentar

Clique aqui para conhecer a declaração conjunta do Comissário, co-assinada por Zsuzsanna Jakab, Diretora Regional para a Europa da Organização Mundial de Saúde.

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