Portugal foi um país pobre, com um povo esforçado, que investiu numa bela e robusta arquitetura, a usar materiais de construção locais e sustentáveis.
O património dos centros antigos é um forte atrativo para muitos turistas, além do sol-praia e golfe. Faz-me impressão o desperdício desta riqueza.
Noutras cidades europeias, as Câmaras investiram e obrigaram os proprietários a investir na renovação urbana. Quem não o fizesse perdia o direito sobre o imóvel e recebia uma indemnização.
O imóvel era então leiloado sob a condição do comprador o renovar consoante os planos sugeridos pela autoridade cultural responsável.
Assim, cidades como Praga, Leipzig, Budapeste e Varsóvia restauraram o Centro antigo, que hoje atrai milhões de turistas de alto poder de compra.
Em Portugal, Lisboa e Porto iniciaram estes trabalhos que levarão décadas. Mas, no Algarve, talvez por dominar o turismo de massas, este nicho muito rentável é desprezado.
Olhão fez algum trabalho neste sentido, Lagos, Faro, Albufeira, e Silves ainda têm muito a fazer.
Nas cidades que o fizeram, o turista pode alugar um headphone como guia para ir a pé e ouvir, na língua que escolher, explicações dos edifícios e monumentos onde passa.
Quase sempre este trabalho é feito por empresas ligadas às Associações locais de Hotelaria e Turismo, com algum apoio do promotor turístico local.
A grande vantagem da renovação urbana é que cria muitos postos de trabalho, pois é uma atividade delicada e não depende de muito cimento, ferro e materiais que vêm de longe.
É o que precisamos agora: emprego na construção civil e para os jovens que habitualmente trabalham com Turismo.
Não é preciso reinventar a roda, nem tentar rodar com as quadradas. Basta adaptar as boas práticas que existem algures! Yes, we can!!!