As obras na EN125 arrastam-se há anos. Causam enormes atrasos, com horas perdidas no trânsito. Algo que não ocorre noutros países, onde as interrupções são noutras horas e as obras têm prazos exatos.
Aqui escavam bermas para meter tubos, limitando as faixas e reduzindo a velocidade. Meses depois fazem saída para as águas pluviais, sempre com faixa limitada. Depois as rotundas. Dão a impressão de desorganização: será?
Quem ganha, quem perde com o caos na EN125?
As PMEs e os profissionais perdem dinheiro, ao ter menos tempo útil para o seu trabalho. Os privados perdem o tempo, com os seus familiares a terem que esperar pelos que lhes prestam serviços, como carpinteiros, canalizadores, eletricistas, que chegam ao cliente muito depois do agendado. Os que trabalham para outrem noutras cidades e têm que sair de casa mais cedo ou chegar mais tarde, também perdem tempo. Todos, irritados com as filas inúteis na 125, quando a A22 está quase vazia.
A competitividade das empresas, restaurantes, hotéis, cai, quando reparações e manutenção se atrasam, já que os profissionais perfazem menos trabalhos por dia. O turista leva má impressão do Algarve.
Quem ganha? A Euroscut! Pois a A22 perdera metade do seu trânsito e o lucro dos amigos da corte não é o que tinham esperado. Os atrasados já vão pela A22, o boicote cai. E são os amigos que pagam as campanhas dos partidos que ganham poder, mas não votos, já que o NABO, N-ulos, A-bstenções, B-rancos e O-utros (menos de 1%) obtem 50-53% dos eleitores desde 2003.
Os políticos derrotados nas eleições ganham tachos em Agências de controlo que nada controlam, e em Direções Regionais que nada dirigem.
Perdemos nós, que refilamos e nada fazemos. Não fazemos abaixo-assinados a obrigar a AR a organizar uma Comissão de Inquérito. Não denunciamos esta inusitada forma de trabalho ao Tribunal de Contas, a pedir que investiguem as cláusulas do contrato. Não escrevemos para a secção Cartas do Leitor nos grandes jornais. Não denunciamos ao Comissário em Bruxelas, que prometeu ouvir-nos mais a nós, cidadãos. Queremos que a justiça caia dos céus, de Bruxelas ou Lisboa?
É preciso, é urgente mudar o sistema retrógrado da portagem e baixar o seu custo. Mantê-lo é um crime conta a Economia do Algarve.
Autor: Jack Soifer é consultor internacional, autor dos livros «Empreender Turismo de Natureza», «Como Sair da Crise», «Portugal Rural», «Algarve/Alentejo – My Love» e «Portugal Pós-Troika»