A campanha para as Eleições Europeias, pelo menos em Portugal, tem sido dominada pela parvoíce. É que parece que nem os próprios candidatos da maioria dos partidos sabem para que servem estas eleições e, sobretudo, para que serve o Parlamento Europeu.
Por isso, em vez de discutirem as questões europeias – e nomeadamente, naquilo que tem afetado os portugueses neste três últimos anos, a forma como a Europa não tem sido nada solidária com os seus membros em dificuldades -, andam a discutir, na melhor das hipóteses, promessas mais ou menos vãs, como se estas eleições fossem para eleger um novo governo…
Na pior das hipóteses – e é a que tem prevalecido! – discute-se coisas mais ou menos absurdas, como a proposta da cabeça de lista do Bloco de Esquerda para promover o ensino de surf em todas as escolas, ou então os arrufos entre as candidaturas do PS e da Aliança Portugal (PSD+CDS).
Em relação à primeira proposta, a do surf em todas as escolas, parece-me ao nível da ideia do ministro da Educação Nuno Crato para ensinar Mandarim. Dá a ideia de que há gente com altas responsabilidades neste país que não sabe bem onde vive ou então anda no mundo da Lua…
Quanto aos arrufos entre PS e PSD+CDS, a propósito das declarações, infelizes, de Paulo Rangel, acusando os socialistas de serem o “vírus do despesismo”, às quais respondeu, de forma um pouco desabrida, Manuel Alegre, dizendo que os nazis também tinham classificado como “vírus da sociedade” os judeus, o que dizer? Que todos agem como prima donas ofendidas e vazias de ideias, dando um péssimo aspeto a uma campanha eleitoral já de si indigente.
Se é isto o melhor da retórica dos partidos, não fiquem espantados com a abstenção arrasadora que vai vencer no próximo domingo, 25 de maio, estas Eleições Europeias.