O pai do Primeiro Ministro Pedro Passos Coelho é um médico reformado muito conhecido em Vila Real de Trás-os-Montes e até já foi presidente da Distrital do PSD.
Mas esta semana ficou a ser conhecido em todo o país, graças a uma entrevista que deu ao jornal “i”, onde, afirmando não querer comentar a ação do Governo – disse ele: «Não sou político, portanto não faço análise política» -, acaba por dizer mais que muitos comentadores. O que não diria este senhor se até se assumisse como comentador…
É pela boca de António Passos Coelho que ficamos a saber que o filho, coitado, se preocupa, e muito, com o que anda o seu Governo a fazer ao país. «Coitado, sabe Deus o que ele passa. Está morto por se ver livre disto», disse o pai do Primeiro Ministro na sua entrevista.
E é por isso que o senhor anuncia que, quando Pedro Passos Coelho deixar as suas funções de Primeiro Ministro, «a gente vai fazer uma festa, cá na família, quando ele se vir livre disto».
Mas quer-me cá parecer que, quando Pedro Passos Coelho sair do Governo não será só o seu pai que fará uma festa. Será o resto do país…se nessa altura ainda houver país ou se os portugueses ainda tiverem forças e ânimo para festejar seja o que for.
Para essa festa, considero-me desde já convidada. Eu, e a maioria dos portugueses. Embora, pela minha parte, não consiga vislumbrar o que acontecerá depois de Passos Coelho e se, quem lhe suceder, conseguirá fazer melhor…ou diferente.
Este é o texto da crónica radiofónica que todas as quintas-feiras assino na Rádio Universitária do Algarve (RUA) e que pode ser ouvida em podcast aqui.