Fomos um país pobre, com um povo esforçado, que aproveitava tudo que pudesse. As famílias plantavam a sua horta, colhiam frutas, pescavam, andavam de bicicleta, falavam-se.
Hoje temos em Portugal um dos mais ricos espaços subaquáticos com minérios. A enorme Zona Económica marítima, que em breve será aprovada, pode tornar-nos o quinto mais rico país da União Europeia.
Já agora devemos explorar nas costas Algarvia e Alentejana e não só, os minérios que estão a menores profundidades, e que nos poderiam trazer a curto prazo uns 35 mil empregos.
Como disse o presidente da Câmara de Comércio Luso-Sueca no recente debate em Lisboa sobre o livro «Portugal Pós-Troika», precisamos de melhorar a competitividade, a começar pelas instituições públicas.
Hoje, a burocracia é terrível para se obter licenças para explorar as riquezas aquáticas e subaquáticas. Não há articulação entre as dezenas de instituições para tais licenças e o investidor tecnológico estrangeiro, em geral médias empresas, assusta-se e investe algures.
Ficam os especuladores que desempregam, trazem estrangeiros e pirateiam o que é mais fácil, para lucros imediatos.
Há muito operam as mineradoras Neptune e Nautilus na Nova Zelândia, Austrália e ilhas do Pacífico. Chegam a 1600 metros de profundidade e trazem manganês, chumbo, zinco e até prata, em elevadas concentrações. O depósito que traz à tona os minerais leva de volta a água limpa, após a retirada de minerais e detritos.
A bordo faz-se a separação dos minerais, então enviados à terra para a sua concentração ou fundição.
Estaleiros navais portugueses criariam milhares de empregos ao produzir os barcos e os tratores submarinos. Exceto alguns cilindros, bombas e a eletrónica, tudo pode ser fabricado cá.
Empreguemos mais 35 mil, usemos o que temos. Sim, Podemos!
Autor: Jack Soifer é consultor internacional, autor dos livros «Empreender Turismo de Natureza», «Como Sair da Crise», «Portugal Rural», «Algarve/Alentejo – My Love» e «Portugal Pós-Troika»