António Eusébio tomou posse este sábado como presidente da Federação do Algarve do PS, num congresso que decorreu em Loulé, e não escondeu a sua vontade de ir à luta. O novo líder dos socialistas regionais apontou baterias às portagens na Via do Infante e garantiu que vai dar especial atenção ao combate ao desemprego que assola a região.
Poucos dias depois de ver o Governo a prolongar por mais três meses as isenções na Via do Infante para residentes, António Eusébio garantiu esta terça-feira ao Sul Informação que a luta, na sua perspetiva, está longe de acabar.
António Eusébio defendeu que «o Governo devia fazer um estudo económico para avaliar o efeito da introdução e portagens junto dos diferentes setores de atividade», na região. «Ao fazê-lo, vai chegar à conclusão que é necessário baixar o custo das portagens», acredita.
«Sempre afirmei que sou contra as portagens. Mas, a partir do momento em que elas foram introduzidas, temos de nos bater para estender o prazo da discriminação positiva e fazer diligências para que sejam suspensas em agosto», acrescentou.
Em causa, está o impacto que a existência de portagens poderá causar no setor do turismo e o potencial «aumento de acidentes na EN 125 no pico do verão», que poderia trazer «consequências desastrosas» à região e à sua imagem.
Este é apenas um dos temas que o novo presidente da Federação do Algarve do PS quer trazer à primeira linha «nos próximos meses».
Também o desemprego é uma preocupação para António Eusébio, para a qual prometeu «procurar soluções e acompanhar a situação».
«Um terceiro ponto, que pouca gente ainda fala, mas que para mim é de extrema importância, é a privatização do setor das águas. A privatização da Águas do Algarve, bem como da Águas de Portugal é algo com que eu não concordo de maneira nenhuma», avisou.
Para ganhar nas próximas autárquicas, «é preciso merecer»
Outro objetivo, este obrigatório, do mandato de António Eusébio, é preparar o próximo embate autárquico na região, que terá lugar em 2013. Uma tarefa para a qual o novo presidente do PS/Algarve até já tem currículo, uma vez que era até agora o coordenador autárquico da Federação socialista algarvia.
«Precisamos encontrar os melhores candidatos e as melhores propostas! Precisamos de treinar e de nos preparar da melhor forma, porque não basta vencer eleições, é preciso merecer e estar à altura dos grandes desafios que hoje se colocam aos autarcas», disse António Eusébio, no seu discurso de encerramento do Congresso do PS, no passado sábado.
Nova Comissão Política tentou ser o mais plural possível
O ainda presidente da Câmara de São Brás de Alportel está à frente de uma comissão política que acaba por espelhar aquilo que preconiza para o PS/Algarve. Além de um equilíbrio de géneros, com o número de mulheres «a ultrapassar claramente a quota obrigatória dos 33 por cento», António Eusébio chamou à sua equipa «os mais jovens, para trazer sangue novo».
Outra das características desta lista única que se candidatou à Comissão Política do PS/Algarve é o facto de contar não contar com tantos membros das concelhias maiores, em benefícios de militantes de concelhias mais pequenas.
António Eusébio admitiu que esta é uma matéria para a qual é particularmente sensível, por vir de um concelho de pequenas dimensões. «Se fossemos pelo Método de Hondt, as pequenas concelhias nunca participavam na Comissão Política», ilustrou.