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O Bloco de Esquerda do Algarve emitiu, esta quarta-feira, 30 de Maio, um comunicado, na sequência da notícia do Sul Informação, no qual diz que «sem ação concreta e eficaz» a região não terá «condições para ser líder mundial do turismo sustentável».

Em causa estão tanto as declarações de Ana Mendes Godinho, secretária de Estado do Turismo, no evento Next.Mov, em que disse que o Algarve «tem todas as condições para ser líder mundial do turismo sustentável», como a assinatura de um protocolo que prevê a instalação de 32 postos de carregamento de automóveis elétricos no Algarve.

Face a isto o BE, que emitiu este comunicado também devido ao facto de a 5 de Junho se celebrar o Dia Mundial do Ambiente, considera que a sustentabilidade ambiental da região «não se limita a ser uma questão de postos de carregamento de veículos elétricos».

«Uma rede de abastecimento de veículos elétricos é positiva mas não passa de uma gota de água num oceano de coisas por fazer. Sem ação concreta e eficaz contra os muitos atentados ambientais em curso ou em plano, não será ela, por si só, a conseguir promover um turismo sustentável, especialmente se não vier acompanhada por intervenções mais abrangentes», argumenta o Bloco de Esquerda.

Estas medidas, na área dos transportes, teriam de promover a «modernização e desenvolvimento do transporte público», assim como acabar «com os constantes e muito penalizadores constrangimentos dos transportes na região, em especial em época alta», acrescenta.

Ora, este partido político até diz coincidir «com a secretária de Estado na avaliação das condições que o Algarve ainda tem para liderar no turismo sustentável», mas considera que «é preciso não esquecer que, apesar de felizmente terem sido anuladas várias licenças de prospeção e exploração petrolífera, ainda existem algumas em vigor a que é fundamental dar o mesmo destino das restantes».

«É preciso não escamotear que a especulação imobiliária está de volta, e em força, cobiçando algumas das poucas zonas ainda razoavelmente preservadas do litoral algarvio, com especial gravidade e urgência para o empreendimento previsto para a Lagoa dos Salgados, entre Silves e Albufeira, que apesar de ser apresentado como “ecológico” se prepara para destruir uma das principais zonas húmidas de água salgada do litoral a sul do Tejo», defende este partido político.

O BE também sublinha que «um pouco mais a ocidente, em Lagoa, a principal zona húmida de água doce de todo o Algarve também está prestes a ser destruída para dar lugar a uma grande superfície comercial».

«É preciso chamar a atenção para as cicatrizes que a atividade extrativa abre na região e para alguns projetos que visam instalar vastas extensões de estufas, sem que pareça haver, por parte das autoridades competentes, nenhuma exigência com vista à preservação de alguma qualidade paisagística, sem a qual a sustentabilidade turística também fica posta em causa», acrescenta.

É que o BE diz que «gostaria de ver regras firmes e compreensíveis por todos contra a construção em cordões dunares, medida elementar de precaução contra os efeitos do aquecimento global, em vez das ambiguidades atuais, que parecem só a travar quando a construção não é levada a cabo por entidades com poder económico».

Para este partido de esquerda deveria haver «mais ação concreta e menos palavras para pôr fim aos piores desmandos e impedir de facto a continuada degradação da qualidade ambiental e paisagística na região».

sulinformacao

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