O CDS/PP vai correr a 14 Câmaras Municipais do Algarve, mas só num dos casos (Tavira, tendo como candidato João Carvalho) o faz sozinho. Em todos os outros concelhos, os centristas concorrem em coligação, quer com o PSD, quer com o MPT e o PPM. A grande aposta do partido é Portimão, onde o cabeça de lista é o líder dos centristas no Algarve, José Pedro Caçorino
Em três municípios, o CDS tem candidaturas separadas do PSD – em Lagoa, com Ondina Santos, em Albufeira, com Jorge Loureiro, e em Silves, com Paula Sousa.
Em Lagoa e em Albufeira, os centristas concorrem coligados com o MPT e com o PPM, sempre liderando a candidatura, enquanto em Silves a lista é apresentada em coligação apenas com o PPM, novamente tendo como primeiro candidato um elemento afeto ao CDS.
Este partido não apresenta candidato em Monchique, nem em Vila Real de Santo António. Neste último caso, não é por não ter candidato, é mesmo porque isso resulta do acordo global assinado a nível regional entre os centristas e o PSD.
Em Monchique, chegou a haver um pré candidato, mas acabou por ficar pelo caminho, quando o Tribunal rejeitou a sua lista devido a irregularidades burocráticas.
Nos restantes 10 concelhos algarvios, o CDS concorre coligado com o PSD, devido à «proximidade ideológica», como já tinha justificado José Pedro Caçorino, líder regional dos centristas algarvios, em declarações ao Sul Informação.
O caso mais mediático no que às candidaturas do CDS diz respeito é mesmo o de Portimão. Aqui, o CDS concorre de facto coligado com o PSD (+MPT e PPM), mas o candidato a presidente da Câmara é, ao contrário de todas as outras nove coligações, um elemento dos centristas: o próprio José Pedro Caçorino.
Aquilo que para muitos foi uma vitória retumbante do CDS, ao conseguir impor-se ao PSD no segundo mais importante concelho do Algarve, para outros, no seu próprio partido, foi visto como uma cedência aos social-democratas. Rui Calado, vice-presidente do CDS, demitiu-se em Maio, por considerar o partido «muleta» do PSD no Algarve.
Mas o facto de Caçorino ser o cabeça-de-lista da coligação CDS/PSD/MPT/PPM, sob o nome de «Servir + Portimão», causou sobretudo estragos, grande descontentamento e mesmo dissidência nas hostes laranjas em Portimão. Alguns antigos destacados militantes do PSD passaram-se para as listas do PS, outros acabaram por sair do partido e candidatar-se com a chancela do «Nós, Cidadãos!».
No entanto, a ajudá-lo nesta corrida para a Câmara de Portimão, José Pedro Caçorino tem o social-democrata Carlos Gouveia Martins, primeiro nome da lista para a Assembleia Municipal. O jovem é presidente da JSD/Algarve, é apontado como um trunfo futuro dos social-democratas algarvios e é, além do mais, filho de um histórico do PSD de Portimão e da região algarvia: Carlos Martins.
Se todos estes fortes trunfos chegarão para convencer os eleitores portimonenses é algo que se verá no próximo domingo, dia 1 de outubro, quando forem conhecidos os resultados das Eleições Autárquicas.